O Complexo Hospitalar de Cuiabá (CHC) realiza nos dias 18 e 19 de janeiro palestras da campanha Janeiro Branco – que visa chamar atenção dos indivíduos, das instituições, da sociedade e autoridades para as necessidades relacionadas à saúde mental. As palestras serão ministradas pelas psicólogas Manoele Argenta Pescador e Ingrid Bley, no auditório do CHC em Cuiabá, às 15h e 20h30 - com entrada gratuita.
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Estudos da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Organização Pan-americana da Saúde (OPAS) apontam que o Brasil é o país com maior número de pessoas ansiosas no mundo (9,3%), e o segundo maior das Américas com pacientes com depressão (5,8%). Tais fatores afetam as pessoas em suas relações sociais de trabalho, estudo, relacionamentos etc. Sendo a saúde mental determinante para o bem-estar.
A psicóloga Ingredi Bley ressalta que essas campanhas contribuem para que as pessoas possam entender que o emocional precisa ser cuidado para a melhoria da qualidade de vida: “Ainda que a percepção geral tenha melhorado devido à popularização de temas como saúde mental, as pessoas muitas vezes estão ligadas demais às suas obrigações ou mesmo não acreditam na seriedade dos distúrbios mentais. Por isso, muitas vezes é difícil se distanciar dos problemas, ou mesmo admiti-los”, afirma.
Em 2023 a campanha segue o tema “a vida pede equilíbrio”. Segundo Bley, a intenção é levar à reflexão de que os exageros são prejudiciais. “Precisamos de equilíbrio para não adoecer, não exagerar em tarefas que só nos trazem ansiedades. Devemos sempre por limites nos acontecimentos que temos controle, para não desenvolver nenhuma ansiedade”, pontua a médica.
A psicóloga Manoele Argenta Pescador, por sua vez, aponta que o fator pandemia e as perdas familiares por ela geradas também andam influenciando negativamente na saúde mental das pessoas: “Nos últimos três anos com a pandemia a sociedade em geral tem vivenciado muito estresse, alguns desenvolveram diversos transtornos emocionais como: depressão, ansiedade, transtorno do pânico, transtorno do estresse pós traumático (TEPT), entre outros. Sem falar no luto vivenciado por muitas famílias, amigos, profissionais da saúde e colegas de trabalho”, ressalta.
Ainda conforme a especialista, o crescimento da indústria farmacêutica escancara o problema social e alta busca por remédios, como antidepressivos, por exemplo. “Cada vez mais na oferta de medicamentos e pílulas para “sanar” o sofrimento vivenciado pelas pessoas. Acredito que seja fundamental a busca pelo autoconhecimento, não somente a aquisição de medicamentos, mas se permitir buscar ajuda profissional quando perceber que por si só não está sendo possível”.