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Sábado, 27 de abril de 2024

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Povos indígenas terão acesso a imagens de satélite para denunciar o desmatamento ilegal nas reservas

Foto: REM MT

Povos indígenas terão acesso a imagens de satélite para denunciar o desmatamento ilegal nas reservas
Os povos indígenas do Mato Grosso terão acesso à tecnologia para combater o desmatamento ilegal e as queimadas que ocorrem próximo de suas reservas através de uma plataforma de monitoramento por satélite Planet, adquirida pelo programa REM MT. A novidade foi apresentada na 9ª Reunião de Governança do Subprograma de Territórios Indígenas, realizada nesta quarta-feira (29).


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De acordo com o Coordenador do Subprograma Território Indígenas, Marcos Camargo Ferreira, a reunião de governança é o principal evento de proposição, tomada de decisões, planejamento e avaliação das ações do Subprograma em prol dos povos indígenas de Mato Grosso. 

"A gestão ambiental e territorial das terras indígenas com o protagonismo dos povos originários sempre foi uma ação desejável e solicitada pela Federação dos Povos e Organizações Indígenas de Mato Grosso. Dessa maneira o Programa REM MT irá realizar capacitação e garantir acesso de técnicos indígenas à plataforma Planet. Esta ação é um grande avanço para o monitoramento dos territórios", garante.

A plataforma Planet produz imagens diárias de alta resolução, por meio de uma constelação de satélites e cujo serviço foi adquirido por meio do Programa REM MT em 2019, para atuar no controle e combate ao desmatamento ilegal, em toda a extensão de Mato Grosso. 

De acordo com o coordenador de Geoprocessamento e Monitoramento Ambiental da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), André Dias, a iniciativa ocorreu para que os povos indígenas tenham mais autonomia no controle dos danos ambientais que acontecem nas reservas. 

Em 2021, segundo dados da organização Global Forest Watch, Mato Grosso foi o estado mais afetado com queimadas ilegais em territórios indígenas. O campeão de queimadas – com 10.502 registros de focos de incêndio – é a TI Parque do Xingu, em Mato Grosso, que abriga 16 etnias em 500 aldeias.

"Acho importante apresentar isso para as comunidades indígenas, para que eles também possam ter uma autogestão do próprio território e verificar, até denunciar os dados que acontecem pras autoridades competentes", disse André.

Com o monitoramento em tempo real, a comunidade pode agir de forma preventiva, evitando um risco maior causado pelo avanço do fogo. 

"É importante, porque, por exemplo, a gente vê o avanço das queimadas, então, com o acesso desses alertas, você pode ver o comportamento dessa queimada, se ela está avançando pra perto de uma aldeia ou não. E você pode ter uma atitude preventiva para evitar um dano pior", comenta André.

O acesso ao sistema ocorre por meio de um link. No entanto, o desafio agora é capacitar os indígenas, além de pensar em uma estratégia para driblar a falta de internet na região.

 "A plataforma sempre foi acessível a todos, o que está faltando agora é uma capacitação para eles poderem usar melhor isso. O que acontece é que a maioria das aldeias não tem uma internet muito boa, então isso limitou o acesso. Talvez um centro de monitoramento específico poderia formar e capacitar pessoas para utilizar isso e saber o que fazer com esses alertas, essa é a ideia", comenta. 

Durante a apresentação da plataforma na reunião, as lideranças indígenas comemoraram a novidade. Roselino Paravá Chiquitano, por exemplo, relata que não vê a hora de fazer a capacitação para usar a plataforma.

"Estou bem animado, fiquei bem impressionado com a facilidade da plataforma para estar auxiliando nós, quase em tempo real. Também achei uma ferramenta muito importante, porque vai ajudar a população indígena, principalmente, no monitoramento de queimada e no desmatamento ilegal. E isso vem pra nos ajudar e facilitar a combater todos esses tipos de ações que vem ocorrendo nos territórios indígenas, porque a população indígena sofre muito com essas questões", disse Paravá.

Dentre as reclamações, está a falta de estrutura das comunidades para combater o fogo. Portanto, a prevenção das queimadas é o maior aliado.

"Em relação às queimadas, a dificuldade é no combate, porque são áreas de difícil acesso, por ser grande o nosso território e isso dificulta o nosso combate", comenta.

Quem poderá usar?

Atualmente plataforma é utilizada não só pela Sema, mas por todos os parceiros envolvidos com o combate ao desmatamento, entre eles: Batalhão Polícia Militar de Proteção Ambiental (BPMPA), Delegacia Especializada de Meio Ambiente (Dema), Batalhão de Emergências Ambientais (BEA), Comitê do Fogo, Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer), Secretaria de Estado de Agricultura Familiar e Assuntos Fundiários (Seaf), Empresa Mato-Grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer) e Ministério Público Estadual (MPE). 
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