O cointerventor na Saúde de Cuiabá e procurador do estado, Hugo Fellipe Lima, classificou como "covardia" a falta do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) na conferência produzida pela Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), na segunda-feira (5), para debater sobre a pós-intervenção na Saúde de Cuiabá.

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A conferência foi interrompida após ex-servidores da pasta e lideranças ligadas ao chefe do executivo tumultuarem o evento. Diante dos gritos e ataques, Hugo acabou deixando o auditório, intensificando ainda mais a revolta dos contrários à intervenção.

"A prefeitura não mandou representantes. Então a gente estava discutindo lá com quem o pós intervenção? se quem vai receber não se fez presente? O prefeito deu umas declarações. Eu ouvi hoje na Jovem Pan. Eu não tenho dúvida de que a prefeitura e o prefeito foram covardes. Foram convidados e não compareceram, uma covardia tremenda, fugiu do debate, não tenho dúvida disso", afirmou Hugo, durante evento no Hospital São Benedito, nesta quinta-feira (7).

Ele ainda rebateu as críticas feitas pelo prefeito de que os representantes da intervenção deixaram de debater com o povo, após abandonarem a Assembleia durante a comissão.

"A gente não tem problema nenhum de debater. Conversamos, recebemos diariamente as pessoas lá, as lideranças comunitárias, os vereadores, deputados, independentemente de apoio, debate projeto, ideias, soluções, mas ali vocês viram quem estava presente. Ninguém foi ali para debater", disse o procurador.

Hugo ainda afirmou que não viu o "povo" na conferência, bem como nenhum usuário do SUS. Segundo o cointervento, o evento foi marcado por uma espécie de "time e torcida organizada".

"Eu não vi nenhum usuário do SUS. Quem estava lá, vocês notaram. Era time, né? Era a torcida organizada. E assim, como eu não vi muito sentido naquilo e a Prefeitura não mandou ninguém, tem muito trabalho pra ser feito, mas a gente levantou e foi embora", pontuou.

Comissão na AL

A conferência foi conduzida pelo deputado federal Abílio Júnior (PL). A ideia era debater medidas no período da pós-intervenção na Secretaria de Saúde Cuiabá. O evento, contudo, foi interrompido após manifestantes ligados ao prefeito Emanuel Pinheiro tumultuarem a sessão.

Com diversos cartazes questionando as 255 exonerações, eles gritavam sempre que algum deputado presente se mostrava favorável à intervenção. Entre os mais exaltados, estava o líder comunitário do bairro Pedra 90, Marcus Baiano, que chegou a perseguir o procurador Hugo Fellipe pelos corredores da Assembleia quando ele abandonou o auditório.

A prefeitura não levou nenhum representante oficial para explanar o posicionamento do Alencastro quanto ao período de intervenção. O prefeito escalou o vereador Luis Claúdio (PP), vice líder da Câmara, para compor o dispositivo.