Olhar Direto

Quinta-feira, 09 de maio de 2024

Notícias | Política MT

MEDIDA INEFICAZ

Burocracia na liberação de ouro para exportação faz com que o mercado ilegal cresça, aponta Instituto

Foto: Reprodução/Internet

Burocracia na liberação de ouro para exportação faz com que o mercado ilegal cresça, aponta Instituto
A burocracia adotada pela Receita Federal para liberação da exportação de ouro faz com que o mercado ilegal cresça, trazendo prejuízos para os mineradores e a economia dos municípios de Mato Grosso. A observação foi feita pelo diretor-presidente do Instituto Somos do Minério, Roberto Cavalcante, que, em entrevista ao Olhar Direto, demonstrou preocupação caso a situação não seja resolvida o mais rápido possível.


Leia também
Grupo de políticos cobra agilidade da Receita Federal na liberação de exportações de ouro

Desde março, os mineradores têm encontrado dificuldades na liberação dos lotes após a adoção de uma política mais dura por parte do Governo Federal. Com isso, cidades mineradoras, como Poconé e Peixoto de Azevedo, perdem receitas advindas da atividade, além de registrarem crescimento no desemprego nessas regiões.

Cavalcante explica que, com a demora, o mercado da informalidade aumenta, exportando o ouro do Estado para outros países "a preço de banana".

“Essa medida tem como reflexo negativo a desorganização do mercado do ouro formal e o aumento da informalidade desse mercado, fazendo, na verdade, que o contrabando para Bolívia ou para Venezuela aumente, justamente, devido à demora da aduana federal. Esse é um reflexo indesejado, negativo, que as autoridades têm que tomar conhecimento para fazer cessar a demora acentuada na liberação das cargas para o aeroporto de Guarulhos. A fiscalização deve ser rigorosa, sem dúvidas, mas é necessária uma certa agilidade”, destacou.

O diretor-presidente explicou que a fiscalização mais rigorosa do governo começou com objetivo de desarticular a exportação ilegal de ouro retirado dentro da Amazônia Legal, medida que, segundo ele, está correta e tem aprovação de quem trabalha no mercado formal. No entanto, a ação tem impacto na liberação da venda do minério para as instituições financeiras que fazem a exportação do produto a outros países, chamadas de DTVM.

Ele disse que essas instituições não têm capital de giro para suportar todo o período de análise da Receita Federal, que chega a demorar até 40 dias para liberação, para exportação.

O impacto disso é sentido nos municípios mineradores, principalmente nas cooperativas e nos pequenos garimpeiros. Cavalcante acredita que, caso a situação não seja resolvida, as cidades podem colapsar financeiramente, já que muitas têm mais da metade de seu orçamento advindo da exportação do ouro.

“No estado, especificamente, nós temos a baixada cuiabana, como os municípios de Poconé e Nossa Senhora do Livramento, o Vale do Peixoto e outras cidades estão passando dificuldades, inclusive na sua economia local. Os impactos são muito negativos, porque essa paralisia na aquisição, primeiro está depreciando o preço do ouro, o valor do preço do ouro, ele está numa faixa de R$ 240, R$ 250, quando, na verdade, ele deveria estar entre R$ 310 a R$ 330, por exemplo”, explicou,

“As pessoas estão sendo obrigadas a não vender e, com isso, vão também dispensando a mão de obra. Só em Poconé, por exemplo, são 3 mil empregos diretos, que vai impactar negativamente na economia de Poconé, que depende 90% do minério de ouro”, complementou.

Um grupo de políticos do Estado, liderado pelo senador Jayme Campos (UNIÃO) e pela deputada estadual Janaina Riva (MDB) estiveram na Receita Federal nesta semana, cobrando celeridade. Eles cobraram que o governo estabeleça um prazo para emissão da documentação necessária para que os mineradores possam vender o ouro e para que as DTVMs possam exportar.
Entre no nosso canal do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui
 

Comentários no Facebook

xLuck.bet - Emoção é o nosso jogo!
Sitevip Internet