A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Invasões Zero aprovou requerimento onde solicita à Secretaria de Segurança Pública (Sesp) um relatório, feito pela Polícia Militar, o qual aponta que o Comando Vermelho (CV-MT) financiou parte das construções e distribuiu lotes na região do Contorno Leste, em Cuiabá. O pedido foi apresentando pelo presidente do grupo de trabalho, Gilberto Cattani (PL).
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A solicitação foi assinada também pelo deputado Carlos Avallone (PSDB) e o deputado Fábio Tardin (PSB). A ideia do parlamentar é que o relatório possa contribuir com as investigações de invasões urbanas e rurais em Mato Grosso.
“Nós tivemos in loco visitando. Existem coisas que a gente fica sabendo pela mídia como por exemplo: que havia indícios de financiamento das construções por algumas facções. Também levantamento de quais famílias realmente estão necessitadas, que precisam de ajuda”, disse Cattani.
O estudo, de 2023, aponta que as construções das edificações estão em fase inicial. Cerca de 15 famílias estão morando no terreno com delimitação de loteamento, com aproximadamente
577 lotes, com vias de acesso por estrada de terra.
Foi constatado, por exemplo, que a área do Contorno Leste possui mais de 50 hectares de área privativa. Conforme os dados, o estudo tinha por finalidade prover à nova Comissão de Conflitos Agrários do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) informações atualizadas e planejar visitas técnicas.
“Nós ficamos sabendo apenas pela mídia, e nós precisamos saber os dados reais que foram apresentados”, detalhou Cattani.
Pecuarista é ouvido
Nos trabalhos de segunda-feira, os deputados ouviram o pecuarista José Antônio Ribeiro Pinto. Ele é filho de João Antônio Pinto, 87 anos, que foi morto após supostamente ter reagido a uma ação de policiais civis.
Dono de uma área de 139 hectares localizada à margem direta do rio Coxipó Mirim, José Antônio relatou que um grupo de invasores ingressou na propriedade em 28 de janeiro de 2023 e ocupou um total de 70 hectares.
O pecuarista informou que a área pertence à família desde 1968 e que possui todos os documentos comprobatórios, devidamente legítimos e reconhecidos. Disse ainda que, desde o início, o processo de ocupação ocorreu de forma violenta e que a família dele recebeu várias ameaças de integrantes do movimento.
