Após a implantação do estacionamento rotativo no centro de Cuiabá, ruas da região passaram a ficar mais vazias, onde antes era complicado para muitos encontrar uma vaga para deixar seu veículo. Questionado por parte da população, o sistema de estacionamento entrou em vigor no dia 20 de fevereiro, e o valor inicial cobrado é de R$ 3,40, por uma hora. Com isso, parte dos cuiabanos que frequentam o centro acabam achando mais vantajoso estacionar seus carros ou motos em estacionamentos privados.
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Tal preferência se dá muitas vezes pela falta de segurança em deixar o carro na rua, pois a concessionária CS Mobi não é responsável por qualquer dano causado a um veículo. Por exemplo, se sua moto ou carro de passeio forem riscados ou alguém bater neles, enquanto estacionados, ninguém se responsabiliza pelo ato.
Já alguns estacionamentos privados de Cuiabá possuem seguro, e todos possuem alguém para vigiar os veículos e organizá-los no espaço. Um dos exemplos é na região da Praça Popular, onde praticamente todos se encontram lotados grande parte do dia.
O funcionário de um dos estacionamentos, Felipe Araújo, relatou ao Olhar Direto, que após a implantação do "Cidade Verde Estacionamento Rotativo Digital", não há mais vaga para clientes mensalistas, que são aqueles que pagam uma mensalidade para deixar o carro no espaço.
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“Não temos nem vaga mais, incluindo motos. A procura está demais, todos os estacionamentos aqui estão cheios, de dia também tem bastante veículo rotativo. Os mensalistas são funcionários dos comércios aqui da região, como do salão de beleza, prédio comercial, restaurantes, etc”, disse Felipe.
“Eles estão preferindo parar mais no estacionamento privativo porque tem uma segurança a mais. Eles falam que não vão pagar uma coisa barata que não tem segurança, porque se riscar ou bater no veículo, não tem. E aqui no estacionamento, a gente toma conta e ainda tem o seguro, se acontecer alguma coisa, nós arcamos”, explicou.
Por conta da implantação do estacionamento pela Prefeitura de Cuiabá, diversos comércios acabaram fechando convênios com os estabelecimentos privados para fornecer vagas a seus clientes. Na região da Praça Popular, a hora por carro varia de R$ 10 a R$ 15, enquanto moto custa R$ 6 a hora.
Segundo Felipe, são várias as reclamações sobre o estacionamento pago na rua. Os clientes acham injusto: “cobrar uma coisa que foi feita com nosso dinheiro, o asfalto”.
Outro estacionamento, localizado na rua Comandante Costa, próximo à Cândido Mariano, também está com bastante procura. José Humberto Silva é responsável pelo estabelecimento há dois anos, e afirma que está com uma lista de espera para clientes mensalistas.
“Aumentou o número de moto porque carro já era lotado aqui, porque o pessoal não pode deixar na rua. Então aumentou bem mesmo. E para os mensalistas também teve bastante procura, que tem até lista de espera. O pessoal que trabalha aqui em volta, trabalhadores e patrões, que antes deixavam na rua e agora estão à procura de vaga”, afirmou Silva.
“O pessoal [trabalhadores] não achou bom, mas comercialmente foi bom, porque tem espaço pra quem vem para o centro. Antes a maior dificuldade era o estacionamento, e hoje eu já vejo uma maior facilidade”, completou.
Mais conhecido como Beto, ele cobra a hora a R$ 6 reais para carros, e fica o tempo todo cuidando dos veículos. Segundo ele, essa é a maior diferença para o estacionamento na rua.
“Como o estacionamento é rotativo, se for deixar muito tempo, não compensa para o cliente, porque fica mais caro. Aí eles preferem deixar nos pagos”, pontuou Beto.
