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Sábado, 27 de abril de 2024

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QUATRO SALÁRIOS ATRASADOS

Equipe de Ortopedia do HMC paralisa atividades e SMS declara que irá contratar médicos substitutos

Foto: Divulgação

Equipe de Ortopedia do HMC paralisa atividades e SMS declara que irá contratar médicos substitutos
A equipe de Ortopedia que atua no Hospital Municipal de Cuiabá (HMC) emitiu uma nota à população cuiabana, explicando sobre a paralisação das atividades laborais, nesta quarta-feira (27). Com os salários atrasados há quatro meses, os médicos alegam que o problema é persistente e afeta além da vida profissional e pessoal.


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“Tornou-se impossível continuar operando sob as atuais circunstâncias, uma vez que enfrentamos um problema crítico e recorrente: o atraso no pagamento de nossos salários (dezembro/2023, janeiro, fevereiro e março/2024). Este não é um problema novo, mas sim uma questão persistente que afeta não apenas nossas vidas pessoais e profissionais, mas também compromete a integridade de nossa profissão e o funcionamento adequado da instituição em que trabalhamos”, diz trecho da nota.

“Infelizmente, as condições atuais nos impedem de cumprir plenamente esse propósito. A falta de pagamento de salários não apenas mina nossa motivação e moral, mas também compromete seriamente a qualidade e a continuidade dos serviços de saúde que oferecemos”, completa.

A equipe ainda afirma que tentou negociar por inúmeras vezes coma a administração pública para o pagamento dos salários, estando também sempre abertos para tratativas e cumprindo todos os prazos solicitados pela direção.

“No entanto, diante da falta de respostas concretas e soluções efetivas por parte da administração, sentimos que não nos restava outra alternativa senão interromper nossas atividades como uma forma de resolução imediata desse problema”, afirmam na nota.

Outro ponto destacado pelos profissionais é que mesmo em período de paralisação, continuam prestando a assistência necessária compatível com a complexidade que a situação requer. “Mantemos a visita médica, os atendimentos de urgência e emergência, bem como as cirurgias com as mesmas classificações”.

Por fim, eles apelam pelo entendimento da gravidade da situação e pedem aos gestores celeridade para resolver o impasse.

Outro lado

A reportagem entrou em contato com a Empresa Cuiabana de Saúde Pública (ECSP), que esclareceu sobre uma nova contratação emergencial para substituir os atuais médicos. Eles alegam que a equipe decidiu paralisar os serviços por pressão da empresa terceirizada Medtrauma. Confira a nota na íntegra:

A Empresa Cuiabana de Saúde Pública (ECSP) esclarece que realizará nova contratação emergencial para substituir os atuais médicos que, sob pressão da empresa Medtrauma, decidiram paralisar os serviços. A pressão ocorre, como já explicado anteriormente, em razão de auditoria nos pagamentos à empresa após divulgação de reportagem no Programa Fantástico. A nova empresa deve iniciar até quarta-feira, retomando as cirurgias ortopédicas nessa data.
 
A ECSP também tenta negociar o pagamento de salários diretamente aos médicos, conforme entendimento que vinha se desenhando junto ao Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT). A proposta ainda está em análise pelo setor jurídico do Hospital Municipal de Cuiabá (HMC).

Em paralelo, a ECSP também realiza licitação para atender aos serviços de cirurgias ortopédicas e regularizar o serviço na unidade. Oportuno destacar que as suspensões de cirurgia não são regras no hospital. De janeiro até março foram realizadas 917 cirurgias do tipo no HMC, os serviços de urgência e emergência também estão em atendimento normal.

 
Confira também a nota completa enviada pela equipe de Ortopedia do HMC:

Prezados Membros da Imprensa e Comunidade,

É com grande pesar que nos dirigimos a vocês para esclarecer os motivos que nos levaram à decisão de paralisação em nossas atividades laborais. Como trabalhadores dedicados e comprometidos com a saúde e o bem-estar de nossos pacientes, sempre buscamos desempenhar nossas funções da melhor maneira possível, contribuindo não apenas para o nosso sustento, mas também para o funcionamento eficiente do Hospital Municipal de Cuiabá (HMC) e da saúde pública de Cuiabá e região.

Entretanto, tornou-se impossível continuar operando sob as atuais circunstâncias, uma vez que enfrentamos um problema crítico e recorrente: o atraso no pagamento de nossos salários (dezembro/2023, janeiro, fevereiro e março/2024). Este não é um problema novo, mas sim uma questão persistente que afeta não apenas nossas vidas pessoais e profissionais, mas também compromete a integridade de nossa profissão e o funcionamento adequado da instituição em que trabalhamos.

Nosso objetivo ao entrar nesta profissão foi o de servir à comunidade e aliviar o sofrimento humano. No entanto, é impossível cumprir integralmente esse compromisso quando estamos constantemente preocupados com o sustento de nossas famílias, de nossos filhos. Infelizmente, as condições atuais nos impedem de cumprir plenamente esse propósito. A falta de pagamento de salários não apenas mina nossa motivação e moral, mas também compromete seriamente a qualidade e a continuidade dos serviços de saúde que oferecemos.

É fundamental destacar o impacto direto que o atraso nos salários tem sobre as nossas famílias. Estando a mais de 4 (quatro) meses sem receber nossos salários, precisamos nos desdobrar para atender às necessidades básicas de nossas famílias, incluindo alimentação, moradia, educação e saúde. O não recebimento do pagamento conforme acordado coloca em risco não apenas o bem-estar financeiro, mas também o nosso emocional.

A decisão de paralisação ocorreu após inúmeras tentativas de negociação que restaram infrutíferas. Sempre tivemos abertos para tratativas e cumprimos todos os prazos que nos foram solicitados pela direção do HMC.

Levamos em consideração os impactos que essa medida pode ter em nós mesmos, em nossas famílias e na comunidade em geral. No entanto, diante da falta de respostas concretas e soluções efetivas por parte da administração, sentimos que não nos restava outra alternativa senão interromper nossas atividades como uma forma de resolução imediata desse problema.

Salientamos que a equipe médica, não deixou em momento algum de honrar com seu compromisso com a saúde, mesmo em período de paralisação, continuamos prestando toda a assistência necessária compatível com a complexidade que a situação requer, mantemos a visita médica, os atendimentos de urgência e emergência, bem como as cirurgias com as mesmas classificações.

Apelamos às autoridades competentes, aos gestores e a todos os envolvidos para que compreendam a gravidade da situação e ajam com celeridade para resolver este impasse. Não buscamos privilégios ou benefícios extravagantes, apenas exigimos o cumprimento de nossos direitos básicos, entre os quais está o recebimento pontual de nossos salários.

Agradecemos a compreensão da imprensa e da comunidade em geral e contamos com o apoio de todos na busca por uma solução justa e rápida para esta situação. Estamos abertos ao diálogo e esperamos que juntos possamos encontrar uma saída que beneficie a todos.

Atenciosamente,
Equipe de Ortopedia do Hospital Municipal de Cuiabá (HMC).
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