Em resposta a Indicação Legislativa n° 2781/2009 de autoria do deputado estadual Dilceu Dal’Bosco (DEM), a Secretaria de Estado de Saúde (SES), comprometeu-se a realizar nova vistoria na unidade de oncologia do Hospital Santo Antônio, em Sinop (500 km ao norte da capital) para ampliação do atendimento a pacientes com câncer.
A indicação atende pedido da comunidade e lideranças políticas do município, em especial do vereador Ademir Bortoli (DEM) que argumenta que Sinop tornou-se pólo de saúde, concentrando 14 cidades do norte e médio-norte mato-grossense, entre elas Sorriso, Lucas do Rio Verde, Nova Mutum, onde são registrados aproximadamente 900 novos casos de câncer anualmente.
“O hospital tenta, há mais de 04 anos, credenciamento nos governos federal e estadual para ampliar seus serviços, receber mais verbas e, consequentemente, aumentar a capacidade para atendimento”, relatou Bortolli.
Segundo o gestor e responsável clínico do Hospital Santo Antônio, Dr. Airton Rossini, atualmente a unidade realiza consultas, cirurgias na área de aparelho digestivo, mama, ginecológico, cérebro e também tratamentos complementares como quimioterapia e hormonioterapia.
Por outro lado, ainda segundo Rossini, a ausência de médicos especialistas inibe o tratamento de linfomas (câncer no sistema linfático), bem como leucemias. Radioterapia também não é disponibilizada.
"Todo o paciente com câncer passa por triagem feita por médico em sua cidade, que o encaminha para a ala de oncologia de Sinop onde ele pode fazer consulta, biopsia, cirurgia, e, se for o caso, quimioterapia. Mas existem algumas situações que o hospital não tem condições de tratar, como doenças hematológicas, pois falta habilitação do Ministério da Saúde", lamentou
Em parecer técnico enviado a Assembléia Legislativa, a SES condiciona a ampliação da unidade de oncologia à solução de irregularidades, constatadas em vistoria realizada em julho passado. Daí a necessidade de nova inspeção.
Ciente dos problemas, o deputado Dal’Bosco lembra que o Hospital Santo Antônio é uma fundação, cujo trabalho filantrópico atende a dezenas de municípios do nortão e até mesmo de cidades do sul do Pará, de forma humanizada e com baixos custos, referindo-se aos convênios firmados com o Estado. Dilceu diz ainda que a unidade deve receber melhorias na parte estrutural.
“O hospital tem condições favoráveis ao credenciamento e, atualmente, serve como referência, mas sabemos da necessidade de se adequar às exigências indicadas durante vistorias do Ministério da Saúde e Secretaria Estadual de Saúde. Só lamento que enquanto resolvemos questões estruturais, dezenas de pessoas são obrigadas a se deslocar até Cuiabá para realizar procedimentos médicos, mesmo sofrendo com os efeitos colaterais do tratamento como náuseas, vômitos, fadiga, perda de apetite, inflamações na pele e na boca e perda de cabelos”, finalizou o parlamentar.
