O ministro do Superior Tribunal de Justiça, Fernando Gonçalves, deve anunciar ainda nesta sexta-feira a quebra do sigilo do processo de número 650 que desencadeou a Operação Caixa de Pandora. Promovida pela Polícia Federal, a operação investiga possíveis irregularidades na cúpula do Governo do Distrito Federal e na Câmara Legislativa local.

De acordo com a assessoria da subprocuradora da República Raquel Dodge, se a quebra do sigilo for confirmada será possível informar detalhes sobre as irregularidades que estão sendo investigadas.

O processo 650 começou a tramitar no STJ no dia 24 de setembro de 2009. De acordo com informações da subprocuradoria, o processo corria em primeira instância quando foi detectada a participação de deputados distritais. A ação foi encaminhada para o STJ devido ao foro privilegiado dos investigados.

O Superior Tribunal de Justiça expediu 20 mandados de busca e apreensão para a Polícia Federal. Não foram expediddos mandados de prisão.

A PF recebeu autorização para entrar na residência do secretário-chefe da Casa Civil, José Geraldo Maciel; do novo chefe de Gabinete da Governadoria, Fábio Simão; do secretário de Relações Institucionais, Durval Barbosa; do assessor de Imprensa do governador, Omézio Pontes; do deputado distrital Pedro do Ovo e do secretário de Educação do DF, Luis Valente que, segundo informou o Olhar Direto, pretendia concorrer nas eleições para deputado federal pelo DF.

A Câmara Legislativa do DF também foi vistoriada pela PF. Cinco agentes entraram nos gabinetes dos deputados distritais Eurides Brito (PMDB), Rogério Ulysses (PSB), Leonardo Prudente (DEM) e da presidência. Documentos, malotes e possivelmente um computador foram levados pela PF na sede do Legislativo local. A Operação Caixa de Pandora ocorre também no Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF), em um dos anexos do Palácio do Buriti.