O consumidor de álcool em Mato Grosso pode se preparar para mais uma alta do no valor do combutível antes do fim de 2009. De acordo com o diretor jurídico do Sindipetróleo- (Sindicato dos Revendedores de Derivados de Petróleo), Waldir Cechet Junior, o preço pago pelo consumidor deverá ficar entre R$ 1,68 e R$ 1,77, o litro.
O diretor explica que a alta será ocasionada pela elevação de custo do produto. De aproximadamente R$ 1,35 pagos hoje por litro, os comerciantes terão que desembolsar algo entre R$ 1,40 e R$ 1,45 por litro. O cálculo entre valor de compra e venda é feito considerando-se a liminar que limita a 20% o lucro dos postos.
O preço do álcool hidratado tem subido substancialmente desde problemas na produção de açúcar na Índia. Para suprir a demanda internacional desse produto, o Brasil está exportando mais e produzindo menos combustível. Chuvas também têm contribuído com a alta ao afetar a produtividade das lavouras que passa pelo período da entressafra.
De acordo com Cehet, depois desse reajuste o preço do álcool deve voltar a cair. Contudo, ele descarta a possibilidade do combustível ser comercializado ao preço no patamar de um real. “No início do ano conseguimos comprar o álcool por menos de um real e revender a um preço muito bom, mas duvido que isso volte a acontecer”, afirmou o sindicalista.
Altos impostos
O diretor do Sindipetróleo reclamou dos valores de impostos estaduais e federais cobrados sobre os combustíveis. Segundo Cechet, o valor Valor do ICMS (Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias) cobrado em Mato Grosso é abusivo. Ele também afirma que o setor vem operando com prejuízo e alerta pelo sumiço dos investimentos.
“Nos outros estados o valor do ICMS vária entre 12% e 17%. Já aqui eles cobram 25% enquanto o lucro dos postos é limitado a 20%”, argumentou o sindicalista. O teto sobre o lucro no combustível foi imposto em novembro de 2006 pelo Tribunal de Justiça de mato Grosso, baseada no comportamento de 2002 do segmento, quando foi constado formação de cartel.
De acordo com Chechet, 53 centavos do preço cobrado por litro do álcool é somente de impostos. Já no caso da gasolina o valor é ainda maior: 73 centavos. “Sem a cobrança do ICMS e do PIS e COFINS, nós poderíamos vender o álcool por R$ 1,04 e a gasolina por R$1,05”, argumentou.
