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Terça-feira, 21 de maio de 2024

Notícias | Economia

Consumidor acessa crédito mais barato

A normalização no mercado brasileiro de crédito tem ajudado muitos consumidores a trocar por modalidades de empréstimo com juros menores o cheque especial. Segundo dados do Banco Central, essa é a modalidade de financiamento que perdeu mais força neste ano, quando os bancos voltaram a abrir as portas para clientes que até então só podiam acessar essa linha emergencial.


No começo do último trimestre de 2008, após a quebra do banco americano Lehman Brothers, o Brasil sofreu uma redução de quase 10% na disponibilidade de crédito só no segmento pessoa física.

Naquela época, sem ter como renovar empréstimos antigos ou buscar novas linhas, muitos consumidores tiveram de recorrer ao cheque especial.

Entre outubro e dezembro do ano passado, por exemplo, mais de 43% dos novos empréstimos para pessoa física estavam relacionados a essa modalidade. Um ano depois, com o mercado de empréstimos voltando a crescer, esse percentual recuou para 37%.

Essa migração ocorreu, principalmente, para linhas como crédito pessoal, consignado e veículos. Nos últimos três meses, o total de dívidas no cheque especial cresceu apenas 1% e soma hoje R$ 17,4 bilhões. Nessas outras modalidades, o avanço ficou entre 6% e 8%.

"Nós tivemos um período, até março, em que os bancos botaram o pé no freio, e não sobraram muitas opções de crédito além das linhas pré-aprovadas, como o cheque especial e o rotativo do cartão de crédito. Agora, vem crescendo a oferta dessas linhas mais baratas, com uma maior competição entre as instituições financeiras", diz o vice-presidente da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças), Miguel José de Oliveira.
Os dados do BC mostram que as taxas de juros tiveram queda nessa modalidade na mesma comparação. O custo do cheque especial chegou a quase 175% ao ano em dezembro e, embora continue entre as taxas mais caras, recuou para 160% ao ano dez meses depois.
Essa diferença em relação às taxas de outras linhas -cerca de 45% ao ano no crédito pessoal, por exemplo- se deve também ao custo de manter esse dinheiro disponível para os clientes a qualquer momento, independentemente de ele ser ou não utilizado.

Só para emergências
Segundo o economista Carlos Eduardo de Freitas, ex-diretor do BC, o cheque especial não deve ser usado como fonte de financiamento, mas só como um instrumento emergencial até que seja possível obter uma linha mais adequada e barata. "O cheque especial serve para cobrir problemas de caixa por um período muito curto, um ou dois dias, mas as pessoas usam isso como uma fonte de crédito, o que é um erro", diz Freitas.

Uma queda maior nessa taxa depende agora da normalização em outro indicador de crédito que ainda apresenta resultados bem ruins: a inadimplência. Hoje, mais de 12% desses empréstimos estão vencidos há mais de 90 dias, critério do sistema financeiro para definir inadimplência. Ainda há outros 4% de recursos cujo pagamento apresenta atraso de entre 15 e 90 dias. Esses indicadores estão cerca de 20% acima do registrado há um ano.

A expectativa da maioria dos analistas, porém, é que a migração para linhas mais baratas ajude a melhorar os indicadores até o início de 2010, já que esse é um dos últimos sinais de recuperação a aparecer nas estatísticas de crédito.
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