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Domingo, 28 de abril de 2024

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Choque de Titãs: 599 GTB vs. Murciélago

Juntos, eles produzem mais de 900 cv e 129 kgfm. São dois motores, 24 cilindros e 12,5 litros de capacidade volumétrica que equipam duas supermáquinas...

Juntos, eles produzem mais de 900 cv e 129 kgfm. São dois motores, 24 cilindros e 12,5 litros de capacidade volumétrica que equipam duas supermáquinas presentes nos sonhos de qualquer aficionado por automóveis. De um lado, uma das obras-primas de Maranello, a Ferrari 599 GTB Fiorano; do outro, o não menos idolatrado rival, produzido na vizinha Sant’Agata Bolognese: o Lamborghini Murciélago LP 640. Um pequeno toque no acelerador de cada bólido anuncia o confronto. Nada de urros. O som que emana pelos escapamentos de ambos está muito mais próximo ao de uma melodia. Pavarotti, por certo, aprovaria.


O primeiro a ir à pista foi o Lamborghini, que se mostrou extremamente comportado, apesar do ruído intimidador de seu 12 cilindros de 640 cv em baixas rotações. Ao contrário do que ocorre em um carro de competição, porém, dentro do LP 640 não há vibração em excesso. O conforto é quase o de um modelo de passeio.

Só que esse temperamento “pacífico” mu­dou completamente na hora de acelerar fundo. No tradicional (e aguardado) tes­te de aceleração de 0 a 100 km/h, o Murciélago exibiu a sua agilidade e cumpriu a prova em apenas 3s6.

Ao se engatar a 2ª marcha, o carro já estava a 82 km/h! O acionamento do câmbio, aliás, merece um comentário especial. Basta um leve toque em uma das aletas de alumínio junto ao volante para ouvir o cli­que que aciona a transmissão. O sistema não é novidade, claro, mas o da Lamborghini impres­sionou pela facilidade e rapidez. Cada troca de marcha é realizada em cerca de 100 milis­segundos. Um piscar de olhos!

Após o Lamborghini, uma volta na Ferrari

Mas, calma! Antes que o entusiasmo tomasse conta da equipe de avaliação, era preciso lembrar que havia um concorrente a ser testado. E não era um modelo qualquer, mas sim da mítica 599 GTB Fiorano. Preciso dizer algo mais? Então, vamos a ela!

Da mesma maneira que o LP 640, a Ferrari oferece muito conforto aos seus afortunados ocupantes. O acabamento é primoroso e, exceto por alguns detalhes, nem se percebe que se trata de uma máquina tão poderosa. Destaque para o manettino, no volante, do qual falaremos mais à frente. O quadro de instrumentos, com um display digital incorporado, é outra atração.

A transmissão, como no Lambo, é comandada por borboletas. Milésimos de segundo menos eficiente, mas nada que humanos normais possam detectar. Em ação, a se­qüência de leds embutidos na parte superior do volante contribui para que o motoris­ta da Fiorano se sinta a bordo de um F1. E, como nos monopostos, as luzes se acendem à medida que a rotação do V12 sobe, indicando o melhor momento para trocar as marchas. Sensacional!

Seja no Murciélago ou na Fiorano, o velo­címetro com máxima acima dos 300 km/h não é exagero, mas o LP 640 chega mais próximo da realidade. O touro chega aos 340 km/h, contra “apenas” 331 km/h do cavalinho. Outras características aproximam esses dois duelistas. Ambos, por exemplo, possuem motor em posição central, mas na máquina de Maranello, o bloco está situado logo atrás do eixo dianteiro. O Lamborghini, por sua vez, exibe o seu V12 na parte traseira, antes das rodas posteriores.

Na hora de parar, as duas máquinas se saíram bem, mas a Ferrari, por ser 64 kg mais leve (1.760 kg contra 1.824 kg) obteve resultados ligeiramente melhores. Vindo a 100 km/h, por exemplo, a 599 necessitou de 35 m até estancar por completo, enquanto o LP 640 precisou de 1 m a mais.

O combate na pista

Mas é na pista (o habitat de ambas) que as duas feras italianas demonstram todo o seu poderio. O Lamborghini é mais arisco e exige perícia para controlá-lo. Controle de estabilidade? Nada disso. O LP traz apenas ABS em conjunto com os freios cerâmi­cos. Conduzir essa máquina é uma ex­periência radical, que só pode ser devidamente usufruída em um circuito.

Em ruas ou até mesmo auto-estradas, passar algumas horas ao volante do representante de Sant’Agata pode se tornar uma tarefa cansativa — e até mesmo estressante, devido à preocupação do condutor em “domesticar” a fera.

A 599 Fiorano, por sua vez, consegue conciliar melhor os dois mundos (uso civil e esportivo). ESP? Sim, ela tem. E, graças ao já citado manettino, é possível selecionar quatro ajustes no sistema F1 Trac (que reúne os controles de tração e de estabilidade), oriundo da F1. Ou seja, embora seja um superesportivo nato, a Fiorano aceita ser conduzida até por motoristas menos ex­perientes sem problemas.

Mas se você quer se sentir como um Michael Schumacher a bordo da macchina, também não há com o que se preocupar. É só desligar os controles eletrônicos e se preparar psicologicamente. Afinal, pilotar uma Ferrari V12 com 620 cv disponíveis não é, convenhamos, uma tarefa simples para a maioria dos mortais.

Ao final das avaliações, chegara a triste hora de se despedir dos dois mitos italianos. Pior que isso, porém, foi apontar o vencedor deste embate. O Lamborghini é uma máquina impressionante e que proporciona muito prazer de dirigir. Mas a Ferrari, além de bela e prazerosa, é mais versátil. E por isso levou a melhor.
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