Os resultados da balança comercial do agronegócio em dezembro de 2009 foram os melhores da série histórica nesse mês. As exportações do agronegócio totalizaram US$ 4,981 bilhões, o que representou crescimento de 4,4% em relação ao mesmo período do ano anterior. As importações foram 13,2% superiores em relação a 2008, alcançando valor de US$ 1,005 bilhão. A balança comercial do agronegócio registrou um superávit de US$ 3,975 bilhões.
O setor de carnes liderou as vendas externas do agronegócio no último mês, com exportações de US$ 1,072 bilhão, o que significou aumento de 22,8%, em relação ao mesmo mês do ano anterior. É o segundo mês consecutivo em que as exportações de carnes apresentam variação positiva no ano de 2009.
Esse desempenho positivo deve-se ao forte incremento da quantidade exportada de carnes in natura bovina, suína e de frango. No caso da carne de frango in natura, houve crescimento de 28,5% no valor exportado, determinado por aumento de 19,4% na quantidade exportada, com preços 7,6% superiores. As exportações de carne suína in natura apresentaram incremento de 34,2% na quantidade embarcada, com preços 9,4% inferiores, o que resultou em aumento de 21,6% no valor exportado. As exportações de carne bovina in natura apresentaram crescimento de 26,8% na quantidade embarcada, com preços 4,3% superiores, o que resultou em aumento do valor exportado de 32,2%.
2009 - A balança comercial do agronegócio brasileiro, em 2009, apresentou bons resultados, levando em consideração a crise financeira mundial. As exportações de produtos agropecuários em volume, praticamente, se mantiveram estáveis, na comparação com as vendas internacionais recordes de 2008, com queda de apenas 0,4%. Com a retração dos preços, o valor das exportações reduziu 9,8%, em relação ao ano anterior, alcançando a cifra de US$ 64,7 bilhões. As importações de produtos agropecuários diminuíram 16,9%, caindo de US$ 11,8 bilhões, em 2008, para US$ 9,8 bilhões, no ano passado. O superávit da balança comercial do agronegócio ficou em US$ 54, 9 bilhões.
A diminuição das exportações agropecuárias foi menor que a dos demais produtos exportados pelo Brasil, que apresentaram queda de 30%, com isso, a participação do agronegócio nas exportações totais brasileiras aumentou de 36,3% em 2008 para 42,5% em 2009.
Destaques - O complexo soja continuou liderando o ranking de setores exportadores do agronegócio, representando 26% das exportações do setor em 2009, seguido pelo setor de carnes, que foi responsável por 18% das vendas externas do agronegócio. O complexo sucroalcooleiro respondeu por 15%.
Considerando o desempenho por setores, o complexo soja apresentou redução de 4,1% do valor exportado (de US$ 17,98 bilhões para US$ 17,24 bilhões), resultado da variação negativa dos preços com variação positiva na quantidade exportada. Os valores exportados de soja em grãos e de farelo de soja cresceram 4,3% e 5,2%, respectivamente. O volume exportado de soja em grãos foi 16,6% maior (de 24,5 milhões de toneladas para 28,5 milhões de toneladas). Para o farelo de soja, a quantidade manteve-se praticamente a mesma de 2008 (-0,3%), de 12,28 milhões de toneladas para 12,25 milhões de toneladas. As receitas de exportações de óleo de soja apresentaram queda de 53,8% (de US$ 2,7 bilhões para US$ 1,2 bilhão), resultado tanto de queda nos preços (-32,9%) quanto de quantidade (-31,2%).
A receita de exportações de carnes diminuiu 19%, passando de US$ 14,5 bilhões em 2008 para US$ 11,8 bilhões em 2009. As exportações de carne de frango in natura apresentaram queda de 17,2% (de US$ 5,8 bilhões para US$ 4,8 bilhões), resultado da redução dos preços, uma vez que a quantidade exportada se manteve constante em relação a 2008. As exportações de carne bovina in natura apresentaram redução mais significativa (-24,6%, de US$ 4 bilhões para US$ 3 bilhões), devido à queda tanto de preço (-16,7%) quanto de quantidade (-9,5%). A quantidade embarcada de carne suína apresentou incremento de 13%, mas esse aumento não foi suficiente para compensar a queda de 28% nos preços, o que resultou numa redução de 18,5% no valor exportado