Os dirigentes de quatro dos maiores bancos americanos admitiram erros que levaram à crise financeira global, ao serem ouvidos por uma comissão especial do Congresso dos Estados Unidos que analisa a crise econômica.
O painel de dez membros do Congresso realizou suas primeiras audiências nesta quarta-feira (13).
"Embora tenhamos podido resistir à crise e, acredito, emergir como instituição mais forte, nós - como muitos outros - cometemos erros", admitiu Jamie Dimon, presidente do JPMorgan Chase.
O presidente do Goldman Sachs, Lloyd Blankfein, afirmou que um dos problemas foi que muitas instituições financeiras e investidores, em vez de realizar suas próprias análises, confiaram nas agências classificadoras de risco para que fizessem por elas o trabalho essencial de análise de risco.
Isto foi assim desde o começo e durante o período de investimento, tempo durante o qual não prestaram atenção a nenhum indicador de deterioração financeira, declarou ele à comissão.
Quase todas as perdas sofridas pelas instituições financeiras durante a crise foram devidas à má administração, particularmente em matéria de bens imobiliários, segundo Blankfein.
A grande maioria das perdas podem ser rastreadas nas más decisões creditícias em geral, e muitas delas, em particular, nas concessões de empréstimos hipotecários errôneos, acrescentou.
Crise
Phil Angelides, presidente da comissão sobre a crise financeira, afirmou que o painel "poderia ser nossa última e melhor possibilidade para saber o que aconteceu realmente, para aprender com isso e restaurar a fé em nosso sistema econômico". "Se ignorarmos a história, estamos condenados a repeti-la", afirmou Angelides.
A crise, que chegou ao apogeu em setembro de 2008, explodiu devido ao colapso dos créditos hipotecários, que agiu como um tsunami em todo o planeta, freando o crescimento e submergindo os Estados Unidos e outros países na pior recessão em décadas.
O governo injetou trilhões de dólares no sistema para salvar do colapso a maior economia do mundo.
Mais de sete milhões de americanos perderam seus empregos e cerca de 25 milhões estão agora desempregados ou subempregados, assinala um informe da comissão.
Além disso, mais de dois milhões de famílias perderam suas casas nos últimos três anos e mais de 10 milhões foram objeto de execuções judiciais durante esse período.