A senadora Serys Slhessarenko (PT) está em busca do entendimento dentro do partido, apesar de não ceder sobre a reeleição ao Senado, e não quer levar a disputa interna com o deputado federal Carlos Abicalil, presidente regional da legenda, para as prévias marcada para 18 de abril.

Mesmo com um discurso em prol de um acordo, a parlamentar reforça que irá se aposentar caso não dispute à reeleição: “O acordo significa a reeleição. Abicalil tem um bom desempenho como deputado federal então é o candidato natural à reeleição”, afirmou em entrevista no programa Chamada Geral na RCM SAT, apresentado por Lino Rossi.

A petista defende que o partido entenda o “valor do mandato” e retomou o discurso de valorização à força feminina. “Pela primeira vez elegeu uma mulher e pela primeira vez uma mulher preside a Mesa do Senado e sou segunda vice do Congresso Nacional elogiada pela própria oposição. Isso deveria contar”.

A petista entende que a briga poderá prejudicar ambos no pleito de 2010. Para ela, este é o momento do partido estar unido, principalmente, devido a candidatura da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, candidato do PT à presidência.

Serys tem tentado de todas as formas se manter na disputa e usa o discurso de que irá deixar a vida política para pressionar, principalmente, a Executiva Nacional que busca palanque para a Dilma Roussef em Mato Grosso. Com a ausência da senadora no processo político, o partido perde uma representatividade de peso no estado e isso pode influenciar em prol da parlamentar.

“Sem acordo a reeleição fica difícil para ambos. Eu tenho que mostrar o desempenho de senadora e ele de deputado federal, nossas ações foram positivas. Tanto a minha quanto a dele. A população é quem vai dizer e julgar se meu mandato foi bom ou não. Aceito de bom grado o julgamento da população”, declarou.

Por outro lado, o grupo de Abicalil mantém maior representatividade na Executiva Nacional e também no diretório regional. O deputado também tenta convencer a senadora de que pode disputar a deputado federal, até de forma irônica.

Serys coloca em ‘xeque’ até a sua capacidade de transmitir aos militantes do partido suas ações como senadora e por isso, ressalta, que caso não seja escolhida pelos companheiros para disputar uma das duas vagas ao Senado, irá parar com a vida política para fazer uma reflexão. “Tenho compromissos efetivos e não sei se não tenho conseguido mostrar para o meu partido as minhas ações no Senado, mas isso me deixa com dificuldade de entender essa necessidade de disputa interna”, justificou.

O problema da senadora é que os oito anos no Senado acabaram afastando a parlamentar da base do partido, deixando-a que outros grupos dominassem o partido e isolando-a neste processo eleitoral. Agora a parlamentar tenta resgatar seu prestígio dentro do partido, afinal a militante já disputou ao governo do Estado e chegou a ser uma das maiores lideranças petista em Mato Grosso.