O deputado Carlos Bezerra (PMDB-MT), defende a necessidade de investimentos na formação de engenheiros no Brasil. Para ele, o governo deveria investir na formação de novos profissionais, por meio do mecanismo de compra de vagas em boas faculdades.

Conforme Bezerra, o critério poderia advir de avaliações realizadas pelo Enade (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes), ou recair sobre instituições comunitárias. “De toda forma, seria menos oneroso para o erário do que a criação de novas vagas nas universidades públicas”, ressalta.

“Não temos dúvidas de que tal política deveria ser adotada imediatamente, até para corresponder ao cálculo estimado de que, para cada milhão de dólares empregados em novos investimentos, é preciso agregar um novo engenheiro”, argumenta o deputado.

Conforme Bezerra, em vista as grandes perspectivas de crescimento do País, é preciso fazer frente à demanda de cerca de 500 mil novos engenheiros – o que, seguramente, segundo ele, colocaria o Brasil em pé de igualdade com as demais potências do mundo, justamente em termos de capacitação tecnológica e competitividade industrial.

O deputado entende que, mesmo consideradas as diferenças demográficas, a explicarem as diferenças quantitativas com outros países componentes do grupo BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), é certo que o Brasil não incentiva a formação de tais profissionais, seja em termos de acesso às faculdades ou ao mercado de trabalho.

Segundo Bezerra, há um fato pontual, apontado pelo ex-reitor da Universidade de São Paulo, professor Roberto Leal Lobo e Silva, que diz respeito ao alto custo das mensalidades dos cursos de engenharia, nas universidades privadas, em decorrência dos gastos com manutenção de laboratórios, equipamentos e estágios profissionalizantes.

“Muitos candidatos são definitivamente desestimulados, e acabam por optar por cursos de mensalidade mais baixa. A demanda vai sendo progressivamente diminuída, o que resulta no fechamento de muitos cursos de engenharia em todo o País”, critica.