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Domingo, 06 de outubro de 2024

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Rússia acusa rebeldes do Cáucaso por ataques que mataram 37 no metrô

Foto: Reprodução

Rússia acusa rebeldes do Cáucaso por ataques que mataram 37 no metrô
O governo russo acusou "grupos terroristas" vinculados aos insurgentes separatistas do Cáucaso Norte pelo duplo atentado suicida que matou ao menos 37 pessoas em duas estações de metrô da capital Moscou. Outras 65 pessoas ficaram feridas no ataque perpetrado por duas mulheres-bomba, segundo novo balanço do Ministério de Situações de Emergência.


"Segundo a versão preliminar, os atentados foram cometidos por grupos terroristas vinculados à região do Cáucaso Norte. Privilegiamos esta versão", declarou o diretor dos Serviços de Inteligência russos (FSB), Alexander Bortnikov.

Nenhum grupo assumiu a autoria dos atentados até o momento.

Os serviços de inteligência russos afirmam que as duas mulheres-bomba que detonaram explosivos em duas estações eram naturais desta região, uma parte da Rússia majoritariamente muçulmana, cenário de uma violenta insurgência nos últimos anos.

A polícia também procura duas mulheres que acompanharam as suicidas até o metrô, segundo fontes dos serviços de segurança.

O balanço mais recente dos ataques é de 37 mortos e pelo menos 65 feridos, nos ataques mais sangrentos cometidos na capital russa desde 2004, segundo o ministério.

O primeiro atentado aconteceu às 7h57 (0h57 no horário de Brasília) em um vagão parado na estação Lubianka.

A Praça Lubianka abriga a sede do FSB, sucessor da KGB soviética, que neste edifício interrogava e eliminava os dissidentes durante as punições da então União Soviética.

O segundo atentado foi executado na estação Park Kultury, na mesma linha do metrô, às 8h40 (1h40 no horário de Brasília).

"Em Park Kultury, segundo dados preliminares, foi uma mulher-bomba. Segundo os fragmentos do corpo, que estão sendo examinados, o explosivo estava na altura da cintura. A situação é a a mesma em Lubianka", disse o porta-voz do comitê de investigação do Ministério Público de Moscou, Vladimir Markin.

As outras linhas do metrô de Moscou, que diariamente transporta 8,5 milhões de pessoas, permaneciam funcionando normalmente.

Resposta

Pouco após os ataques, as duas maiores autoridades do governo russo declararam guerra ao terrorismo.

O premiê da Rússia, Vladimir Putin, afirmou nesta segunda-feira em rede nacional que os terroristas responsáveis pelo duplo atentado serão capturados e aniquilados.

"Tenho certeza de que as agências de segurança farão todo o possível para encontrar e punir os criminosos", afirmou Putin, durante uma videoconferência da cidade siberiana de Krasnoyarsk. "Os terroristas serão aniquilados", completou.

Putin afirmou que o atentado, perpetrado por duas mulheres-bomba, "foi horrível por suas consequências e repugnante pelo caráter do crime cometido contra os civis".

"Somente com os esforços conjuntos poderemos derrotar os grupos clandestinos e vencer este mal", afirmou Putin, que suspendeu sua visita à região e voltará com urgência a Moscou.

Mais cedo, o presidente russo, Dmitri Medvedev, afirmou que o país continuará combatendo o terrorismo sem hesitar e ordenou um reforço da segurança nos transportes de toda a nação.

"A política de repressão do terror e de luta contra o terrorismo continuará. Prosseguiremos com as operações contra os terroristas sem hesitação e até o fim", afirmou Medvedev, durante uma reunião de emergência convocada após os atentados.

O presidente russo se mostrou convencido de que os terroristas queriam causar a "desestabilização da situação no país e na sociedade", segundo as agências russas. "Isto, evidentemente, é a continuação da atividade terrorista", disse Medvedev, que lamentou que as medidas antiterroristas adotadas até agora fossem "obviamente, insuficientes".

O presidente russo ressaltou a importância de reforçar a segurança antiterrorismo e aplicar essas medidas não só na escala local mas nacional.

"Prevenir atentados desta classe é um assunto complicado, da mesma forma que garantir a segurança no transporte", disse.

Histórico

Moscou registrou nos últimos dez anos uma série de explosões reivindicadas por militantes da causa separatista da Tchetchênia, uma república do Cáucaso. Nos últimos anos, contudo, os atentados se tornaram menos frequentes.

O último ataque no metrô de Moscou acontecera em 6 de fevereiro de 2004, entre as estações Avtozavodskaia e Pavelestakia, com um balanço de 41 mortos e 250 feridos.

Em agosto do ano passado, Medvedev anunciou a ampliação da campanha contra o terrorismo no Cáucaso Norte, após outro atentado suicida ter sido perpetrado contra um prédio da polícia na república da Inguchétia, no qual morreram 24 pessoas.

Nos últimos meses, as tropas russas intensificaram as operações militares contra rebeldes islâmicos no Cáucaso Norte e mataram vários dirigentes rebeldes.
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