A ex-secretária de Pedro Nadaf na Fecomércio, Karla Cecília de Oliveira Cintra, teve pedido de liberdade em habeas corpus concedido pelo desenbargador Rondon Bassil, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT). Karla, que foi presa em conseqüência da segunda fase da Operação Sodoma, deverá deixar o Centro de Custódia da Capital ainda nesta segunda-feira (14). Conforme o advogado, a liminar foi estabelecida durante o plantão do fim de semana.

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As informações foram confirmadas pelo advogado Tiago Mayolino, responsável pela formulação do procedimento jurídico. Na decisão, Bassil não vê indícios da necessidade de decretação de prisão.

“Retalta-se que a compra do terreno, descoberta na Operação Sodoma II, por si só, não se revela suficiente, para o decreto de prisão processual, pois, relaciona-se com indícios de autoria de delito, não da necessidade da custódia, anterior à época da decretação da prisão preventiva na Operação Sodoma I, que foi substituída por medidas cautelares dela diversas”, disse Rondon Bassil.

Os autos que determinaram a prisão preventiva afirmam que a ex-secretária de Nadaf agia de acordo com o interesse de uma organização criminosa liderada pelo ex-governador Silval Barbosa.

Karla teria, inclusive, retificado declaração de imposto de renda de Nadaf – um dos supostos membros da organização- um dia antes da deflagração da Operação Sodoma. Vultosas transações financeiras envolvendo os citados nomes também chamaram atenção.

“Karla Cecília de Oliveira Cintra, que embora na Ação Penal decorrente da Operação Sodoma tenha tentado figurar apenas como funcionária obediente de Pedro Jamil Nadaf, demonstrou ser bem mais do que isto a partir da conclusão dos trabalhos policiais, devido à elevada movimentação financeira que ostentou no período”, afirma parte do documento que decretou a prisão.

Sodoma

A primeira fase da operação Sodoma foi deflagrada em 15 de setembro de 2015 e levou à cadeia o ex-governador Silval Barbosa e os ex-secretários Pedro Nadaf e Marcel de Cursi, respectivamente Casa Civil e Fazenda, todos por um esquema de extorsão e cobrança de propina contra um empresário.

Na ocasião, Karla Também foi citada, tornando-se parte requerida em uma ação penal corrente na Sétima Vara Criminal. Desde então, ela passou a ser monitorada por tornozeleira eletrônica.

Já na segunda Fase da Sodoma, além de Silval, Nadaf, Cursi e Karla, o ex-secretário de Administração Cesar Zílio é apontado como o grande líder de um combinado para ocultar a origem ilícita de valores desviados do Estado. Os novos fatos foram levantados após apreensão de documentos.

Para o advogado Tiago Mayolino, a liminar favorável a Karla prova a total falta de fundamentação da prisão. Segundo a defesa, o fato de existir monitoramente eletrônico seria suficiente.