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Versão de Alan Malouf sobre fraudes apuradas na Rêmora "ainda é muito limitada", diz Gaeco

19 Dez 2016 - 14:59

Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira

Foto: Rogério Florentino Pereira/OD

Marco Aurélio Castro

Marco Aurélio Castro

O coordenador do Grupo de Atuação Especial em Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Marco Aurélio Castro, confirmou que no fim da tarde de hoje será levado ao juízo à denúncia da “Operação Rêmora 3 - Grão Vizir”. Nela constam informações trazidas pelo empresário Alan Malouf à oitiva realizada na última sexta-feira (16). Se o proprietário do Buffet Leila Malouf trouxe provas de crimes cometidos em outras pastas além da Secretaria de Estado Educação (Seduc), o chefe do Gaeco evita adiantar: “foi uma versão muito limitada ainda”.


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Questionado por Olhar Jurídico na tarde desta segunda-feira (19) se Alan Malouf possui material suficiente para firmar um acordo de delação premiada com o Ministério Público Estadual (MPE), o coordenador Marco Aurélio esquiva. “Não, ainda a única coisa que ele tem é a versão dele sobre a Rêmora, muito limitada ainda”.

Postura do Gaeco

Para evitar tropeços no andamento das investigações, o Gaeco tem adotado a postura de obter informações passo a passo, de modo a não confundir o teor das investigações. O mesmo ocorreu durante audiência que interrogou o ex-secretário de Estado de Educação, Permínio Pinto Filho, que à todo instante negou-se a citar nomes de possíveis envolvidos em esquemas de fraudes em outras pastas.

Questionado pela magistrada Selma Rosane Arruda se o mesmo esquema acontecia em outras secretarias de Estado, Permínio insistia. “Me perdoe doutora, mas eu não quero envolver ninguém, eu não tenho certeza, eu só quero falar de mim e do que eu fiz”.

Esse modus operandi tem sido claro não apenas do ponto de vista físico, mas temporal, evitando adentrar em épocas que vão além dos fatos narrados originalmente nas investigações da “Operação Rêmora”. A medida, na prática, evita esbarrar em figuras com foro privilegiado, como o deputado federal Ságuas Moraes (PT), que já administrou a Seduc antes de Permínio e chegou a ser citado em delação premiada do empresário Giovani Guizardi. Outra pista para se chegar ao petista seria o empresário Ricardo Sguarezi. O Gaeco evita comentar, mas confirma que há investigações em curso. “E o que temos é a participação deste cidadão [Sguarezi] em momentos anteriores a esta gestão presidida por Permínio. Então é óbvio que os fatos estão sendo investigados”, salienta.

Soltura de réus

Quanto a manifestação relativa à soltura do ex-secretário de Estado Permínio Pinto Filho, o Gaeco adianta que ela “já está sendo levada ao Fórum no começo da tarde”. Por enquanto, Marco Aurélio evita comentá-la. “Vamos esperar publicizar, se não fica uma confusão, pois a manifestação é bastante alternativa”, limitou-se a dizer.

Entenda o Caso:

A "Operação Rêmora 3 - Grão Vizir" é subsidiada pela delação premiada do proprietário da Dínamo Construtora, Giovani Guizardi, e envolveu o nome do empresário Alan Malouf, que teria doado R$ 10 milhões para a campanha de Pedro Taques ao governo. Em contrapartida, o proprietário do Buffet deveria recuperar esse dinheiro por meio de propinas.

Giovani declarou que no ano de 2015 foi criado informalmente uma organização criminosa a qual o fez parte e o intuito era arrecadar fundos ilícitos para fins de saldar pagamentos não declarados em campanhas eleitorais de 2014. O empresário afirma ainda que não fez parte da “criação” do esquema e entrou nele quando as fraudes já estavam acontecendo, sendo operadas pelo então secretário de Educação, Permínio Pinto (PSDB), Fábio Frigeri, Leonardo Guimarães e Ricardo Sguarezi.

Giovani relata que conhece o empresário Alan Malouf desde a infância e foi ele quem o ajudou a entrar para o esquema. Guizardi procurou Malouf em março de 2015 e solicitou que sua empresa, Dinamo Construtora, pudesse trabalhar em obras na Seduc , pois nunca tinha atuado nesta secretaria, que é a terceira em maior volumes de obras no Estado. A primeira reunião teria acontecido no buffet Leila Malouf, ocasião em que o delator soube que o deputado estadual Guilherme Maluf era o responsável por indicar o superintendente da Seduc , Wander Luiz.

Giovani então reuniu-se com Wander na própria Secretaria de Educação e ouviu que o interlocutor estava com dificuldades e que as pessoas que investiram na campanha de Taques teriam que receber o dinheiro investido e essa pessoa seria Alan Malouf. Ficou combinado o pagamento 5% do valor das obras cobradas por Wander.

O declarante conta que o critério utilizado para a divisão da propina foi dar a maior porcentagem, de 25%, para para as figuras formalmente responsáveis pela pasta, como, Alan Malouf, Permínio Pinto e o deputado estadual Guilherme Maluf (PSDB), que, de acordo com o delator, era quem detinha o real o real poder político na Secretaria. Por meio de nota, Maluf também negou qualquer participação em irregularidades. Fábio Frigeri e Wander ficariam com 5% e o delator 10%.
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