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Quarta-feira, 08 de maio de 2024

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OPERAÇÃO RÊMORA

MPE denuncia empresário Alan Malouf 19 vezes por crime de corrupção

19 Dez 2016 - 16:14

Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira

Foto: Olhar Direto

Promotores do Gaeco

Promotores do Gaeco

O Grupo de Atuação Especial em Combate ao Crime Organizado (Gaeco) acaba de oferecer a denúncia oriunda da “Operação Rêmora 3 - Grão Vizir” ao juízo da Sétima Vara Criminal, na tarde desta segunda-feira (19). Nela constam informações trazidas pela delação premiada do proprietário da Dínamo Construtora, Giovani Guizardi, e pelo dono do Buffet Leila Malouf, Alan Malouf, ouvido na última sexta-feira (16).

Este último foi denunciado 19 vezes por corrupção passiva, além de formação de organização criminosa. Figura com ele como réu o engenheiro eletricista Edézio Ferreira da Silva, responsável por alugar o escritório no Edifício Avant Garden Bussiness, no bairro Santa Rosa, usado para reuniões secretas do grupo criminoso.

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Alan Malouf:

Sobre a atuação do proprietário do Buffet Leila Malouf, o Gaeco esclarece. "Nesta dinâmica em que os servidores públicos cobravam a propina por intermédio de Giovani Belatto Guizardi se evidencia a concorrência da pessoa de Alan Ayoub Malouf para as atividades do grêmio criminoso, empresário não pertencente ao ramo da construção civil que, por integrar o núcleo de liderança da organização criminosa, também se beneficia diretamente da propina arrecadada por participar do rateio dela feito entre os integrantes do grupo delituoso, além de fazer as articulações necessárias para o desenvolvimento dos esquemas criminosos engenhados para cobrar e receber propina".

Edézio Ferreira da Silva:

Segundo delação premiada de Giovani Guizardi, já homologada no Tribunal de Justiça (TJ), Edézio Ferreira da Silva compunha o núcleo de operações, seu papel seria o de elaborar editais e alterar valores das composições individuais de preços da tabela da Seduc. Segundo o colaborador, Edézio era funcionário da empresa de seu pai e ocupava a função de engenheiro elétrico. Posteriormente, se desvinculou da empresa e abriu o escritório Rozco Engenharia.

Narra Guizardi que o grupo criminoso pretendia usufruir dos conhecimentos técnicos de Edézio para projetar sobrepreços em editais futuros da Seduc.

Ainda, que em duas oportunidades, entre os meses de junho e outubro de 2015, o proprietário da Dínamo solicitou a Edézio Ferreira que ele fosse até uma agência bancária do Itaú, localizada na região central de Cuiabá, para realizar pagamentos “pulverizados” de R$ 20 mil. “Essa pulverização se deu da seguinte forma: em cada uma das oportunidades foram realizados vários depósitos que, somados, atingiam R$ 10 mil; essa determinação partiu de Permínio Pinto, em favor de Nilson Leitão”.

À magistrada Selma Rosane Arruda, Edézio Ferreira da Silva confirmou que fora ele o encarregado de providenciar o prédio para execução das reuniões do grupo criminoso, pois elas deveriam ser feitas fora da sede da empresa Dínamo. Questionado pela juíza, disse nunca ter visto problema em ceder seu nome para alugar uma sala para Guizardi e que sequer indagou o réu sobre o fato.

Ainda conforme Guizardi, os 5% de propinas destinados à ajuda de custos para manutenção do esquema criminoso eram entregues à Edézio Ferreira da Silva.

Entenda o Caso:

A "Operação Rêmora 3 - Grão Vizir" tem como figura central o empresário Alan Malouf, que teria doado R$ 10 milhões para a campanha de Pedro Taques ao governo. Em contrapartida, o proprietário do Buffet deveria recuperar esse dinheiro por meio de propinas.

Giovani declarou que no ano de 2015 foi criado informalmente uma organização criminosa a qual o fez parte e o intuito era arrecadar fundos ilícitos para fins de saldar pagamentos não declarados em campanhas eleitorais de 2014. O empresário afirma ainda que não fez parte da “criação” do esquema e entrou nele quando as fraudes já estavam acontecendo, sendo operadas pelo então secretário de Educação, Permínio Pinto (PSDB), Fábio Frigeri, Leonardo Guimarães e Ricardo Sguarezi.

Giovani relata que conhece o empresário Alan Malouf desde a infância e foi ele quem o ajudou a entrar para o esquema. Guizardi procurou Malouf em março de 2015 e solicitou que sua empresa, Dinamo Construtora, pudesse trabalhar em obras na Seduc , pois nunca tinha atuado nesta secretaria, que é a terceira em maior volumes de obras no Estado. A primeira reunião teria acontecido no buffet Leila Malouf, ocasião em que o delator soube que o deputado estadual Guilherme Maluf era o responsável por indicar o superintendente da Seduc , Wander Luiz.

Giovani então reuniu-se com Wander na própria Secretaria de Educação e ouviu que o interlocutor estava com dificuldades e que as pessoas que investiram na campanha de Taques teriam que receber o dinheiro investido e essa pessoa seria Alan Malouf. Ficou combinado o pagamento 5% do valor das obras cobradas por Wander.

O declarante conta que o critério utilizado para a divisão da propina foi dar a maior porcentagem, de 25%, para para as figuras formalmente responsáveis pela pasta, como, Alan Malouf, Permínio Pinto e o deputado estadual Guilherme Maluf (PSDB), que, de acordo com o delator, era quem detinha o real o poder político na Secretaria. Maluf refutou qualquer participação em irregularidades (Veja Aqui). Fábio Frigeri e Wander ficariam com 5% e o delator 10%.

Mais informações em instantes.
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