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OPERAÇÃO RÊMORA

Juíza encaminha para TJ pedido de soltura de Alan Malouf; empresário pode deixar SOE à qualquer momento

20 Dez 2016 - 10:18

Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira

Foto: Rogério Florentino Pereira/OD

Alan Malouf sendo levado pra prisão

Alan Malouf sendo levado pra prisão

A juíza da Sétima Vara Criminal, Selma Rosane Arruda, declinou competência para analisar o pedido de revogação de prisão impetrado pela defesa do empresário Alan Ayoub Malouf. Desse modo, a magistrada encaminha a responsabilidade para o Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT). A decisão poderá ser proferida por qualquer desembargador plantonista.

O proprietário do Buffet Leila Malouf dorme na sede do Serviço de Operações Especiais (SOE) desde a última quarta-feira (14), por conta da terceira fase da “Operação Rêmora”, denominada "Grão Vizir".

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A subida do pedido de liberdade pode ter dado por conta do envolvimento de nomes com prerrogativa de foro, deputados estaduais e federal, além do governador do Estado, o que foge da competência da primeira instância. Alan Malouf citou em seu interrogatório na sede do Grupo de Atuação Especial em Combate ao Crime Organizado (Gaeco) o deputado Estadual Guilherme Malouf, o deputado Federal Nilson Leitão, o secretário-chefe da Casa Civil, Paulo Taques e o governador do Estado, Pedro Taques.

A revogação da prisão do empresário poderá ser decretada pelos desembargadores Maria Helena Póvoas, Rubens de Oliveira ou Márcio Vidal.

Rêmora - Terceira Fase:

Em nota o MPE afirma que o Gaeco, em ação conjunta com Promotores de Justiça, Delegados de Polícia, Policiais Militares e Civis e o Núcleo de Ações de Competência Originária (NACO) deflagraram a terceira fase da Operação Rêmora, denominada “Grão Vizir”. Neste momento, agentes do Gaeco estão em diligência para cumprimento de mandado de prisão preventiva expedido pela Vara do Crime Organizado em desfavor do empresário Alan Ayub Malouf. Outros mandados de busca e apreensão e condução coercitiva também estão sendo cumpridos.

Nos autos da ação penal oriunda da "Operação Rêmora", o proprietário da Dínamo Construtora, Giovani Guizardi, firmou acordo de delação premiada com o MPE e envolveu o nome do empresário Alan Malouf, que teria doado R$ 10 milhões para a campanha de Pedro Taques ao governo. Em contrapartida, o proprietário do Buffet deveria recuperar esse dinheiro por meio de propinas.

Giovani declarou que no ano de 2015 foi criado informalmente uma organização criminosa a qual o fez parte e o intuito era arrecadar fundos ilícitos para fins de saldar pagamentos não declarados em campanhas eleitorais de 2014. O empresário afirma ainda que não fez parte da “criação” do esquema e entrou nele quando as fraudes já estavam acontecendo, sendo operadas pelo então secretário de Educação, Permínio Pinto (PSDB), Fábio Frigeri, Leonardo Guimarães e Ricardo Sguarezi.

Giovani relata que conhece o empresário Alan Malouf desde a infância e foi ele quem o ajudou a entrar para o esquema. Guizardi procurou Malouf em março de 2015 e solicitou que sua empresa, Dinamo Construtora, pudesse trabalhar em obras na Seduc , pois nunca tinha atuado nesta secretaria, que é a terceira em maior volumes de obras no Estado. A primeira reunião teria acontecido no buffet Leila Malouf, ocasião em que o delator soube que o deputado estadual Guilherme Maluf era o responsável por indicar o superintendente da Seduc , Wander Luiz.

Giovani então reuniu-se com Wander na própria Secretaria de Educação e ouviu que o interlocutor estava com dificuldades e que as pessoas que investiram na campanha de Taques teriam que receber o dinheiro investido e essa pessoa seria Alan Malouf. Ficou combinado o pagamento 5% do valor das obras cobradas por Wander.

O declarante conta que o critério utilizado para a divisão da propina foi dar a maior porcentagem, de 25%, para para as figuras formalmente responsáveis pela pasta, como, Alan Malouf, Permínio Pinto e o deputado estadual Guilherme Maluf (PSDB), que, de acordo com o delator, era quem detinha o real o real poder político na Secretaria. Por meio de nota, Maluf também negou qualquer participação em irregularidades. Fábio Frigeri e Wander ficariam com 5% e o delator 10%.
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