Olhar Jurídico

Segunda-feira, 29 de abril de 2024

Notícias | Criminal

GRAMPOS TELEFÔNICOS

Detido no Esfap, Zaqueu teme "vingança" de PM´s investigados em Cáceres e pede segurança

29 Jun 2017 - 11:05

Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira

Foto: Rogério Florentino Pereira/OD

Coronel Zaqueu Barbosa

Coronel Zaqueu Barbosa

Em depoimento ao Inquérito Policial Militar (IPM) instaurado para conduzir as investigações dos grampos telefônicos, o coronel da Polícia Militar Zaqueu Barbosa informou, nesta quarta-feira (28), que teme por sua vida. Mais especificamente, seu medo é que seja vítima de vingança.

Segundo seu advogado, Flávio José Ferreira, os militares presos e expulsos da corporação após a investigação contra tráfico de drogas em Cáceres, que contaram com as escutas solicitadas por Zaqueu, podem atentar contra a família do coronel, que hoje, detido no Esfap (Escola de Formação e Aperfeiçoamento de Praças), em Cuiabá, pede mais segurança.
 
A conclusão do IPM deverá ser enviada para o Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) na semana que vem. 

Leia mais:
Apenas Inteligência da PM sabia nomes dos interceptados, diz Zaqueu: "fui pego de surpresa"

Quando era Comandante-Geral da PM, Zaqueu fez requerimento ao juiz de Jorge Alexandre Martins Ferreira, da comarca de Cáceres, para obter autorização para realizar quebra de sigilos telefônicos de policiais militares investigados por desvios de conduta, tráfico de drogas e armas. A lista completa dos militares condenados parou na imprensa e a responsabilidade foi atribuída ao coronel.
 
“Zaqueu teme por ele e por sua família, pois foi divulgado no mês passado por um site de notícias local a lista dos policiais militares criminosos que foram expulsos da corporação e presos por conta da operação cuja escuta fora solicitada pelo Coronel Zaqueu. Eles não sabiam, provavelmente, que estavam sendo escutados. A partir daí, todos os ‘policiais bandidos’ passaram a saber de onde partiu a história. Zaqueu teme por ele, não por conta dos policiais que atuam no Esfap, onde ele está preso agora, mas vingança. Esse medo também não tem qualquer relação com política, até porque já está provado que ele nunca mandou que escutassem autoridade nenhuma, isto está no processo, mas por conta daqueles policiais expulsos e presos após a apuração que ele (Zaqueu) ordenou que fizessem”, explica seu advogado.
 
Ao inquérito realizado em seu desfavor, Zaqueu informou às autoridades policiais que “hoje está preso em uma unidade que tem apenas um policial militar a noite fazendo a guarda". “Zaqueu estava antes no BOPE, onde a segurança é maior, hoje ele está no Esfap, que é mais tranquilo, por isso ele está preocupado”, avalia Flávio Ferreira. Por conta disso, solicitou maior segurança ao juízo. Ainda aguarda decisão.
 
Questionado se o comandante-geral possui algum temor envolvendo o Cabo da PM Gerson Corrêa, a defesa nega. “Não, nenhum, absolutamente, até porque ele não acusa Gerson de nada, ele diz que não sabe quem foi que fez as escutas clandestinas”.
 
Contexto

Os grampos revelados em uma reportagem do programa "Fantástico", no dia 14 de maio, teriam atingido principalmente os adversários políticos do governador Pedro Taques (PSDB). Segundo a reportagem, o promotor responsável pela investigação do caso, Mauro Zaque, havia denunciado o caso ao governador. Mas, Taques nega que tenha sido avisado.

O coronel Zaqueu pediu demissão em janeiro de 2016, após um atrito entre a cúpula da Polícia Militar e o então secretário de Segurança Pública (Sesp), Mauro Zaque, que é o responsável por denunciar o suposto esquema de escutas ilegais, que monitorava números de diversas pessoas de relevância do Estado, incluindo a deputada estadual, Janaína Riva (PMDB).
Entre em nossa comunidade do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui

Comentários no Facebook

Sitevip Internet