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Sexta-feira, 26 de abril de 2024

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LAVA JATO

Em delação, Cerveró aponta Collor como controlador da BR Distribuidora de Rondonópolis em esquema corrupto

Foto: Antônio Cruz / ABr

Em delação, Cerveró aponta Collor como controlador da BR Distribuidora de Rondonópolis em esquema corrupto
Em delação premiada, firmada para contribuir com as investigações oriundas da “Operação Lava Jato”, ao MPF (Ministério Público Federal), o ex-diretor da Área Internacional da Petrobrás, Nestor Cerveró, afirma que o senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL) detinha controle político sobre a base de distribuição do município de Rondonópolis (212 Km ao Sul de Cuiabá) do grupo BR Distribuidora, subsidiária da Petrobrás. A iniciativa de garantir a presidência e as diretorias do grupo à Collor atenderia a um acordo firmado em setembro de 2013 envolvendo o senador, ex-diretores da Petrobrás, dirigentes do PT e diretamente a presidente Dilma Rousseff.

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“Fernando Collor de Mello disse que havia falado com a presidente da República, Dilma Rousseff, a qual teria dito que estavam à disposição de Fernando Collor de Mello a presidência e todas as diretorias da BR Distribuidora. Collor de Mello disse que não tinha interesse em mexer na presidência, e nas diretorias da BR Distribuidora de indicação do PT”, relata em sua delação, Nestor Cerveró, que afirma ainda perceber, após o encontro entre o ex-ministro do governo Collor e operador financeiro do senador, Pedro Paulo Leoni Ramos e o ex-diretor da Petrobras na Casa da Dinda, que "Fernando Collor de Mello realmente tinha o controle de toda a BR Distribuidora" e que foi mantido na empresa "para que não atrapalhasse os negócios". O esquema envolvia, segundo Cerveró, a "base de distribuição de combustíveis de Rondonópolis, em Mato Grosso e o armazém de produtos químicos de Macaé, no Rio de Janeiro".

Em depoimento aos investigadores, Cerveró informa ainda que o PT nutria "sentimento de gratidão" para com ele. "Em razão de o declarante (Cerveró) ter viabilizado a contratação da Schahin como operadora da sonda Vitória 10.000, quando ainda era Diretoria Internacional da Petrobras. "Como reconhecimento da ajuda do declarante nessa situação, o Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva decidiu indicar o declarante para uma diretoria da BR Distribuidora", consta nos autos. 

Outro lado:

A defesa de Collor refutou as acusações e considerou “falsas” as alegações de que ele “tenha usado de influência política para obter favores ou exercer qualquer outro tipo de pressão sobre diretores ou funcionários da BR Distribuidora a fim de satisfazer interesses próprios ou de terceiros”.

O Instituto Lula afirma que o Cerveró produz ilações ao citar o ex-presidente, que garante não ter relação pessoal com o delator, muito menos o sentimento de “gratidão” subjetivamente atribuído a ele. No depoimento à PF, Lula negou ter tratado com qualquer pessoa sobre supostos empréstimos ao PT ou sobre a contratação de sondas pela Petrobras, que são objetos de investigação. “Lula não responde a nenhuma ação judicial, porque sempre atuou dentro da lei, antes, durante e depois de ser presidente do Brasil”, assina o instituto.

O Palácio do Planalto não irá comentar a menção a presidente Dilma Rousseff.

O Olhar Jurídico está em busca da BR Distribuidora em Rondonópolis para prestar esclarecimentos. 

* Com informações de VEJA e Estadão.

Anexo: Integra da Delação de Nestor Cerveró:



Anexo: Parte das Declarações Feitas em Juízo pelo Ex-Presidente Lula:


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