A greve das universidades federais, que perdura por quase 60 dias, está longe do fim. A avaliação é do professor do curso de jornalismo da Universidade Federal de Mato Grosso e membro da Associação dos Docentes da UFMT (Adufmat), Maurélio Menezes.
De acordo com o professor, as negociações tornam o desfecho cada vez mais distante porque a proposta do governo não toca na reestruturação das carreiras de professor universitário.
Professores da UFMT rejeitam proposta e greve continua no Estado
Ministro diz que governo não pode dar reajuste a professores federais
Greve nas universidades federais perto do fim; Governo propõe novo reajuste com piso maior
Apesar de ultimato, governo prioriza empregos privados na educação
“O essencial para os professores é a reestruturação do plano de carreira e o estímulo para a permanência dos professores. É claro que o reajuste é importante, estamos desde 2010 sem reposição e a proposta do governo prevê elevação até 2015, mas o principal tem sido deixado de lado pelo governo. Por isso, o fim da greve está cada vez mais distante”, afirma.
Uma nova assembleia está marcada para a tarde desta quarta-feira (25), em Cuiabá, para analisar os pontos oferecidos pelo governo. O pacote, no entanto, deve ser rejeitado pelo comando de greve em Mato Grosso.
Menezes alerta que há uma série de informações desencontradas sendo divulgadas para a sociedade em torno da negociação com o governo e que as entidades representativas dos professores têm posições distintas.
Segundo Menezes, a Federação dos Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes), que anunciou ontem (24), através de alguns meios de comunicação, que a greve estaria perto fim, na realidade é uma entidade que foi criada por interesses políticos e que está fazendo claramente o “jogo do governo”.
Ele revela ainda que há uma investigação da Polícia Federal a um integrante do Proifes que teria recebido cerca de R$ 350 mil para executar um projeto de interesse do Ministério do Planejamento.
Ainda de acordo com o sindicalista, o Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe) e o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes) são contra a proposta apresentada pelo governo.
“Para a Andes e o Sinasefe, a proposta do governo é prejudicial, mas para o Proifes, não. Eles [Proifes] fazem o que o governo manda. O governo sabe que este assunto tem visibilidade muito grande. Por isso que esta entidade foi criada”, sustenta.
Atualizada