"O mais importante é tirar a sujeira debaixo do tapete", declarou o presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, desembagador José Silvério Gomes, ao analisar a investigação aberta por determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ) para apurar esquema de venda de sentença no âmbito do Tribunal Regional Eleitoral (TRE).

Segundo o presidente do TJMT, o momento é propício para se apurar toda e qualquer irregularidade envolvendo magistrados, assessores, advogados e parentes de magistrados que, de um modo ou de outro, estejam ligados com esquemas de corretagem de sentença.

“Toda pessoa de bem deste Tribunal quer que toda denúncia ou suspeita seja apurada e quer que, encontradas irregularidades, os culpados recebam punição severa”, acrescentou Silvério.

"Mas não podemos colocar todo mundo num mesmo saco, pois não são três, quatro ou cinco magistrados que se envolvem com irregularidades que podem manchar a imagem do Poder Judiciário, muito embora a imagem esteja desgastada", ponderou.

A chamada “crise no Judiciário” é encarada pelo presidente como uma crise de imagem, que pode ser revertida com muito trabalho, mostrando que, embora situações ruins aconteçam, são pontuais e não refletem a grande realidade da instituição.

O magistrado afirmou ainda que é necessário aguardar os resultados da operação para conhecer a fundo os fatos e tomar alguma medida, caso seja constatado envolvimento do TJMT além, do TRE. “As investigações correm em segredo de justiça e a gente não sabe bem do que se trata. Se tem problemas do só do TRE ou se tem alguma coisa do TJMT, precisamos esperar para ver”, declarou.


Atualizada às 18h