O Superior Tribunal de Justiça (STJ), contrariando expectativas de muitos advogados de defesa de magistrados, vai julgar na próxima quarta-feira (16) o pedido de afastamento de juízes e desembargadores de Mato Grosso investigados pela Polícia Federal por envolvimento num esquema de venda de sentença no âmbito do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), do Tribunal de Justiça e em Juízos de Primeira Entrância e de Entrância Especial.
Em entrevista concedida ao
Olhar Direto, em São Paulo, a ministra Nancy Andrighi, que determinou as prisão, efetuadas na Operação Asafe, afirmou que vai colocar o processo na pauta da sessão de quarta-feira (16) porque as denúncias são graves e exigem uma resposta ágil do STJ.
"A sociedade de Mato Grosso e do país está cobrando e quer respostas. E vamos dar a resposta o mais rápido possível. Por isso vou tentar colocar o assunto já na quarta-feira, porque estou respondendo pela questão eleitoral (no Tribunal Superior Eleitoral - TSE) e também porque está tudo bem encaminhado para o julgamento", justificou Nancy Andrighi, que foi uma das palestrantes do Seminário Internacional de Direito - Os Cinco Anos da Lei de Recuperação Judicial.
A Operação Asafe foi deflagrada no dia 18 de maio para coibir o esquema de venda de sentença no Poder Judiciário de Mato Grosso e no âmbito da Justiça Eleitoral. Foram denunciados magistrados e advogados, alguns deles tiveram a prisão temporária decretada. São eles: Alcenor Alves de Souza, Alessandro Jacarandá, Célia Cury, esposa do desembargador aposentado José Tadeu Cury, Jarbas Nascimento, Rodrigo Vieira e Santos de Souza Ribeiro.
A grande expetativa da sociedade mato-grossense é com relação ao voto da ministra Nancy Andrighi. Na última quinta-feira, os assessores do gabinete da magistrada tomaram os depoimentos dos desembargadores Evandro Stábile, José Luiz Carvalho, além do magistrado aposentado José Tadeu Cury, e o juiz licenciado do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), Eduardo Jacob.
O desembargador Evandro Stábile, presidente licenciado do Tribunal Regional Eleitoral, é um dos magistrados que está no centro das investigações. Conformae o Olhar Direto publicou com exclusividade Stábile também tinha forte relacionamento com Eduardo Jacob. Na aquisição de três apartamentos, somando cerca de R$ 1,5 milhão, Jacob é quem estaria quitando as últimas prestações.
Outro juiz que deve se complicar com a Operação Asafe é Cirio Miotto. Isso porque o advogado Max Weyzer confirmou o esquema e admitiu ter negociado pelo menos quatro sentenças com o magistrado. O desembargador aposentado José Tadeu Cury, também é acusado de ter forte particípação no esquema, devido o envolvimento de sua esposa que seria a grande articuladora.
Atualizada às 13h57/ Segunda atualização às 15h48
