O titular da Vara Especializada contra o Crime Organizado, Crimes contra a Ordem Tributária e Econômica e Crimes Contra a Administração Pública da Comarca de Cuiabá, juiz José de Arimatéia Neves Costa, se manifestou contrário ao pedido do promotor Vinícius Gahyva, que pediu a prisão de sete militares pela morte do soldado alagoano Abinoão Soares de Oliveira.

O Ministério Público Estadual (MPE) havia pedido a prisão preventiva dos os tenentes Carlos Evane da Silva, Heverton Mourett de Oliveira, Arnaldo Ferreira da Silva Neto, Dulcésio Barros Oliveira, Ernesto Xavier de Lima Júnior, o major Aluisio Metelo Júnior e o capitão Ricardo Tomas da Silva, pela morte do soldado durante um treinamento realizado no Lago do Manso em 24 de abril de 2010.

Ao todo 29 pessoas foram denunciadas pelo MPE pela morte de Abinoão, porém o promotor requereu a prisão preventiva de apenas sete por conta da manutenção da ordem pública e conveniência da instrução criminal, pois os oficiais, que possuem patentes elevadas, poderiam interferir no andamento dos tramites processuais.

José Arimatéia acredita, porém que, apesar da gravidade do crime, não existem fatos concretos para pedir a prisão dos acusados. “Não vislumbro base sólida em tais razões para a decretação da prisão preventiva dos denunciados alhures enumerados, pois apesar da excelência da retórica Ministerial nenhum fato concreto foi apontado para subsidiar a prisão cautelar dos policiais militares representados”, trecho da decisão.

Abinoão e outros três militares foram vítimas de afogamento em um treinamento da Polícia Militar em conjunto com o Corpo de Bombeiros. No dia todos foram socorridos de helicóptero ao Pronto Socorro Municipal de Cuiabá, mas o soldado alagoano acabou morrendo minutos após dar entrada no hospital.