O produtor rural Clayton Arantes, em iniciativa inusitada, começa amanhã uma greve de fome em protesto contra o que classifica de 'arbitrariedade e abuso' do juiz Paulo Martini, da Comarca de Sinop (550 km de Cuiabá). Arantes acusa Martini de venda de sentença e inicia o protesto a partir das 9h e acampará com barraca e tudo em frente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso.

Com o apoio da Ordem Advogados do Brasil (OAB-MT) e outros movimentos de combate à corrupção, Arantes concede entrevista coletiva à imprensa na manhã desta quinta-feira, 20, a partir das 09h30, quando apresentará provas contra as 'ações arbitrárias' do magistrado.

O protesto se deve ao fato de o juiz ter, supostamente, prejudicado o produtor em uma ação de reintegração de posse. Arantes teria comprado o imóvel em 1998, e, agora, ele perdeu a propriedade para Adão Batista, por decisão judicial. O imóvel teria sido adquirido pelo montante de R$ 450 mil.

O Olhar Direto já havia denunciado, informalmente, por telefone, Martini ao corregedor Geral de Justiça, Márcio Vidal, há mais de dois meses, informando sobre denúncias e  acusações contra o magistrado de Sinop, assim como fizeram juízes de outras regiões de Mato Grosso (Norte e Leste).

Além disso, advogados de Sinop já declaram guerra contra o juiz Paulo Martini.

Outro lado

Em entrevista concedida por telefone ao Olhar,  Paulo Martini se defendeu das acusações feitas pelo produtor rural e afirmou que nem está mais a frente do caso.
 
“Essa minha decisão saiu lá por 2003 e a minha sentença foi confirmada pelo desembargador Juracy Perciane. Mas hoje eu nem estou mais no caso”, afirmou o magistrado.

Para o juiz, a manifestação do produtor rural feita em forma de greve de fome não faz sentido. “Esse já é um processo transitado em julgado, que já está até em fase de reintegração de posse”, argumenta.

Mais informações em instantes/Atualizada às 18h50 e às 21h45/Segunda atualização às 23h59/ Mais informações amanhã