O presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), Rubens de Oliveira, afirmou não concordar com a manifestação do produtor rural Clayton Arantes, que fez greve de fome em manifestação contra o juiz Paulo Martini da Comarca de Sinop (550 km de Cuiabá), nem com o posicionamento da Ordem dos Advogados de Mato Grosso (OAB-MT) sobre o caso.

“Não concordo com esse tipo de atitude e acho que não tem cabimento alguém que litiga numa demanda judicial há tantos anos promover uma greve de fome porque não concorda com uma decisão que foi proferida”, declarou Rubens.

Sobre o posicionamento da Ordem dos Advogados, que pediu a avocação do caso para o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o desembargador ponderou que sempre concorda com a OAB, mas neste caso não, por considerar que em nenhum momento houve qualquer atitude para beneficiar o juiz.

“Acho que não houve em nenhum momento qualquer atitude por parte do tribunal que pudesse indicar qualquer privilégio ou proteção ao juiz”, pontuou o desembargador, ao ressaltar que a denúncia do produtor rural contra o juiz de Sinop só foi protocolada no Tribunal de Justiça este ano.

Apesar da garantia do presidente do TJMT de todas as medidas já estão sendo tomadas quanto ao caso, a corregedora do CNJ, ministra Eliana Calmon, se reuniu hoje com Cleyton Arantes e garantiu que vai analisar o caso criteriosamente.

O produtor rural mantinha greve de fome durante sete dias, quando ficou acampado em frente ao TJMT, em protesto contra o que classifica de 'arbitrariedade e abuso' do juiz Paulo Martini, a quem acusou de venda de sentença.