O juiz Paulo Martini, da comarca de Sinop, acusa a Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB-MT) de tentar fragilizar o sistema judiciário em Mato Grosso, ao pedir o seu afastamento pela denúncia de venda de sentença e pelo apoio dado ao produtor rural Clayton Arantes, que está em greve de fome contra o magistrado desde a última quinta-feira (20) em frente ao prédio do Tribunal de Justiça de Mato Grosso.

“A OAB está querendo palanque político com o caso e está tentando fragilizar o sistema Judiciário de Mato Grosso com essas acusações”, disparou o magistrado em entrevista por telefone ao Olhar Direto.

O presidente da Ordem, Cláudio Stábile, por sua vez, alega que o juiz está tentando desviar o foco da questão para fazer um debate pessoal. “Ele é que está manchando a magistratura de Mato Grosso. O que mancha a imagem do Poder Judiciário são acusações como essa, de venda de sentença, que seguem sem punição”, rebateu.

De acordo com Stábile, esta não é a primeira vez que Martini é alvo de denúncias desta natureza. “Este é só mais um caso”, aponta o presidente da Ordem. “O Ministério Público já o denunciou e nós também já o denunciamos”, completa.

O juiz Paulo Martini também lança acusações pessoais contra o produtor rural. “Ele é um estelionatário, todo mundo em Sinop sabe disso. Não pagou pela área e já vendeu, isto é estelionato”, afirmou. Em entrevista anterior ao Olhar Direto, o juiz também havia acusado Clayton de ser desequilibrado e ‘caloteiro’.

Por outro lado, Clayton Arantes afirma que o juiz é o líder do que ele classifica como uma máfia que atua com venda de sentença, esquema esse que ainda contaria com a presença de advogados.