O Ministério Público do Estado (MPE) está investigando o vazamento de informações que beneficiaram o delegado da Polícia Civil Marcos Sampaio, afastado do cargo por suspeita de usurpação da função pública, tortura, abuso de autoridade, lesões corporais, tentativa de homicídio e homicídio qualificado.
Conforme o promotor de Justiça Reinaldo Vessani, no dia 28 de fevereiro o delegado foi intimado para uma Audiência de Instrução, mas não compareceu alegando que estava seguindo viagem para Cuiabá, onde iria protocolizar um pedido de licença médica.
“Fortíssimos indícios de que a autoridade policial tenha empreendido fuga do distrito da culpa, sob o pálio de uma 'licença médica' e, também, que vem influenciando na apuração dos fatos”, consta em trecho da decisão do MPE.
A denúncia do MPE teve início após matéria veiculada pelo
Olhar Direto sobre a morte de Osmar da Silva Alves, vulgo Mazinho, suspeito de ter ateado fogo na casa de uma policial civil em Jaciara no dia 6 de julho do ano passado.
Marcos Sampaio foi afastado do cargo após determinação do Juízo da 3º Vara de Jaciara (215 km de Cuiabá), além disso, foi decretada a prisão preventiva de dois agentes prisionais que acompanhavam o delegado nos supostos crimes cometidos, conforme informou o MPE.
Os agentes prisionais Valdeir Zelis dos Santos e Fábio Domingos são considerados foragidos da Justiça, pois não foram localizados pelas equipes do Gaeco (Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado). O delegado teria comunicado a Corregedoria da Polícia Civil que irá se apresentar no sábado (17).
Em outubro do ano passado, familiares do preso procuraram a Promotoria de Justiça e informaram, verbalmente, que Mazinho teria sofrido agressões físicas e diversas crueldades cometidas por policiais civis de Jaciara.
Leia:
Delegado da PJC é afastado do cargo acusado de tortura e homicídio
Matéria que originou denúncia do MPE:
Bandido que ateou fogo na casa de investigadora é baleado e morre