O advogado de defesa dos dois agentes prisionais lotados no município de Jaciara (144 km de Cuiabá), que tiveram a prisão decretada pelo juízo da Vara da Comarca do município após serem acusados de tortura, abuso de autoridade, lesões corporais, tentativa de homicídio e homicídio qualificado, afirmou que irá pedir a nulidade da decisão por considerar que a magistrada que emitiu a decisão suspeita.

Segundo o advogado Carlos Frederik, a juíza que determinou a prisão dos agentes Valdeir Zelis dos Santos e Fábio Domingos e o afastamento do delegado Marcos Sampaio teria antecipado o mérito da ação penal ao decretar a prisão preventiva dos acusados.

“Não há contraditório e se ela (juíza) entendeu que não havia motivos para prender o delegado, por que mandar prender os agentes?”, indagou o advogado, durante entrevista ao Olhar Direto.

Frederick disse que irá entrar com um pedido de exceção de suspeição e depois com habeas corpus no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) para cassar a decisão da magistrada.

O advogado explicou que, apesar de estar fazendo a defesa dos acusados, que se encontram foragidos, ainda não teve contato direto com os agentes prisionais, que em breve devem se apresentar. “Não há motivo para temer, pois o processo está na fase embrionária”.

Os dois agentes e o delegado passaram a ser investigados após a morte do preso Osmar da Silva Alves, vulgo Mazinho, suspeito por ter ateado fogo na casa de uma policial civil em Jaciara no dia 6 de julho do ano passado.