Olhar Direto

Segunda-feira, 29 de abril de 2024

Notícias | Brasil

Visita de Lula e atrito Israel-EUA mostram crise no Oriente Médio

A visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Israel e aos territórios palestinos nesta semana mostrou que boa vontade internacional e palavras de incentivo pouco podem fazer para ajudar na retomada do diálogo entre palestinos e israelenses. Menos de uma semana após os encontros oficiais, foguetes palestinos explodiram em território judeu, matando uma pessoa na quinta-feira (18). A retaliação veio um dia depois, com bombardeios israelenses à faixa de Gaza.


Ao mesmo tempo, a coincidência da viagem do "profeta do diálogo", como Lula foi chamado pelo jornal israelense Haaretz, com a maior crise dos últimos anos entre Israel e Estados Unidos, causada pelo anúncio do aumento colônias judaicas em Jerusalém Oriental, evidenciou a crescente animosidade da comunidade internacional em relação à política expansionista israelense.

Lula, que disse sonhar com um "Estado palestino livre e independente", ecoou as declarações do vice-presidente dos EUA, Joe Biden, ao condenar a expansão dos assentamentos judeus. Nesta sexta-feira (19), o Quarteto para o Oriente Médio, que reúne Estados Unidos, Rússia, União Europeia e ONU, voltou a pedir a interrupção de construções e disse que um acordo deve ser estabelecido em até 24 meses.

Para o primeiro-conselheiro da Embaixada de Israel no Brasil, Raphael Finger, a visita de Lula à região foi "o topo das relações entre Israel e Brasil", mas pouco influenciou no processo de paz:

- Eu estou convencido de que esse conflito deve ser resolvido apenas entre israelenses e palestinos, sem interferência internacional.

Ao mesmo tempo, Finger diz que o presidente Lula e a comunidade internacional deveriam "mandar uma mensagem aos palestinos":

- Hoje, a ANP (Autoridade Nacional Palestina) se recusa a sentar cara a cara para conversar.

Já para o primeiro-conselheiro da Embaixada Palestina no Brasil, Sallah el Qatah, a viagem de Lula ajudou a mostrar os "obstáculos que impedem a negociação":

- A expansão dos assentamentos, o impedimento à cirulação de palestinos nos territórios ocupados, os abusos da Exército de Israel: tudo isso impede um diálogo produtivo.

Segundo o diplomata palestino, a "sinceridade" do presidente Lula ao pedir o fim da expansão de assentamentos e a retomada do diálogo favorece a paz:

- Lula é um amigo dos palestinos, um amigo da paz e da estabilidade.

Muito embora o otimismo de Qatah com a suposta influência internacional de Lula possa soar exagerado, a impressão geral após a viagem - aliada ao estado de crise nas relações entre Israel e Estados Unidos - é a de que os recentes acontecimentos favorecem a causa dos palestinos. Para Hector Saint-Pierre, professor de relações internacionais da Unesp, os fatores convergem contra Israel:

- A crise com os Estados Unidos e os pedidos de Lula e do Quarteto para o Oriente Médio e pelo fim da expansão dos assentamentos favorecem muito mais os palestinos. Israel não aceita condições prévias para negociar, e muitos dos países, incluindo os EUA, condenaram isso.
Entre no nosso canal do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui
 
xLuck.bet - Emoção é o nosso jogo!
Sitevip Internet