Dois filhos do empresário José Carlos Bumlai também foram alvo da Operação Passe Livre, 21ª fase da Lava Jato deflagrada nesta terça-feira, 24. Foram cumpridos mandados de condução coercitiva - quando o investigado é levado para depor. Os dois serão ouvidos pela Polícia Federal em Brasilia. Bumlai foi preso em Brasília, onde prestaria depoimento à CPI do BNDES.
Sócios do Frigorífico Bertin estão entre os alvos de condução coercitivas da 21 fase da Operação Lava Jato.
Como Bumlai e os filhos estavam na capital federal, foi pedido de última hora o cumprimento de um mandado de busca e apreensão para apreender computadores e celulares no quarto de hotel em que eles estavam. Em Mato Grosso do Sul, também foi feita busca e apreensão na residência e nas empresas de Bumlai. No momento da prisão, o pecuarista se mostrou tranquilo e não apresentou resistência.
A Polícia Federal prendeu nesta terça-feira, 24, o maior pecuarista do Brasil e amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, José Carlos Bumlai na 21ª fase da Operação Lava Jato chamada "Passe Livre", que apura suspeita de desvio de dinheiro e pagamento de propina em contratação de um navio-sonda da Petrobrás.
Bumlai embarca às 9h para Curitiba, base da Lava Jato. O empresário fez exame de corpo de delito em Brasília.
O amigo de Lula foi citado por dois delatores da Lava Jato. O lobista Fernando Baiano, um dos delatores do esquema de corrupção instalado na Petrobrás entre 2004 e 2014, declarou que repassou a Bumlai quase R$ 2 milhões destinados à mulher de um dos filhos de Lula.
Segundo outro delator, Eduardo Musa, ex-gerente da Petrobrás, Bumlai intermediou o pagamento de uma conta do PT de R$ 60 milhões, originada na campanha à reeleição de Lula, em 2006.
O nome da operação, Passe Livre, remete ao fato de que o pecuarista tinha livre acesso ao Palácio da Alvorada durante o governo do ex-presidente Lula.
Segundo a PF, 140 policiais federais e 23 auditores fiscais cumprem 25 mandados de busca e apreensão, um mandado de prisão preventiva e 6 mandados de condução coercitiva - quando o investigado é levado para depor - nas cidades de São Paulo, Lins (SP), Piracicaba (SP), Rio de Janeiro, Campo Grande (MS), Dourados (MS) e Brasília.