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Sexta-feira, 03 de maio de 2024

Notícias | Brasil

Jovem gay é agredido por pelo menos dez pessoas no centro de SP

Um jovem de 23 anos carrega as marcas de várias agressões sofridas no último fim de semana. O recepcionista hospitalar E., que pediu para ter a identidade preservada, denuncia que apanhou de um grupo de pelo menos dez pessoas. 


A violência teria acontecido por volta das 4h deste domingo (1°) na rua Herculano de Freitas, bairro da Bela Vista, centro de São Paulo. 

— Quando a gente já foi virar a esquina, já tinha esse grupo, era umas 10, 15 pessoas. Eles já foram me batendo, não anunciou assalto nem nada... eles bateram com skate na minha cabeça.
E. estava acompanhado de uma amiga que não foi agredida e acredita que a violência aconteceu porque ele é homossexual. Mas a polícia não confirma esta motivação. 

— Eu estava com uma amiga e eles disseram que não queriam nada com ela. Foi só comigo. Nos dias de hoje, isso é inaceitável, não deve fica impune.

O jovem prestou queixa da agressão no 48º Distrito Policial. Ele também denunciou o roubo do celular, mas acredita que o grupo apenas pegou o telefone porque teve fácil acesso.  

Para E. a intenção deles era de apenas bater.

— A intenção deles não foi me roubar, mas como viram o celular, pegaram.
Ele recorda que tentava se livrar da violência de todas as formas e começou a morder um dos agressores.

— Eu mordi um menino. Esse menino que eu mordia, ele falava que era para eles pararem porque eu estava mordendo ele. E aí foi quando eles pararam de me bater.  Eu levantei, tentei sair correndo, só que vieram novamente atrás de mim.
E. conta que tinha ido a um bar com os amigos na rua Peixoto Gomides, no bairro da Bela Vista, na madrugada do domingo. Ele caminhou pela rua Herculano de Freitas com uma amiga, pois ela estava passando mal e procurava um lugar mais fresco.  

Outro amigo do recepcionista estranhou a demora dos dois e decidiu ir atrás.

— Quando ele viu que eles estavam me batendo, ele pegou [algo de concreto] que estava no chão para ir para cima deles no caso. Eles foram embora e fugiram. Esse amigo me socorreu e me levantou.
E. conta que, após a agressão, encontrou uma viatura com dois policiais. Segundo ele, mesmo sabendo do que tinha acontecido, os agentes não teriam o ajudado. 

— Eles perguntaram o que aconteceu.  Eu estava sangrando muito e encostei na viatura e o policial simplesmente falou que não era para encostar porque eu estava sujando a viatura de sangue .
O jovem foi levado pelos amigos para o hospital. 

— Fiquei em observação o dia inteiro, fiz tomografia, raio-x. Levei pontos na cabeça, estou com uma machucado muito fundo no joelho e estou com dificuldade de andar, mas o médico disse que não foi nada quebrado, é mais a pancada.
A denúncia de E. agora será encaminhada para o 4° Distrito Policial, localizado na Consolação, centro da cidade. O Boletim de Ocorrência ao qual a reportagem teve acesso cita as agressões e o roubo do celular, mas não faz referência ao episódio com a viatura policial.
A reportagem questionou a assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança Pública sobre o comportamento dos policias, mas até a publicação desta matéria não obteve resposta
Segundo E., uma tia que o acompanhou até a delegacia teria também questionado porque o B.O não fazia referência  ao crime de homofobia nem a falta de socorro dos policiais.
O delegado de plantão Paulo Ricardo teria dito que ali estava sendo feito um breve relato e que os detalhes deveriam ser informados ao 4° DP.
Para o jovem, a sensação que ficou foi de revolta. 

— Na hora do ocorrido, eu não tinha o que pensar, a não ser revolt.




 
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