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Segunda-feira, 29 de abril de 2024

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ararath II

Presidente do Detran se recusa a explicar origem do dinheiro apreendido pela PF em sua casa

Foto: Polícia Federal

Presidente do Detran se recusa a explicar origem do dinheiro apreendido pela PF em sua casa
O presidente do Detran-MT, Gian Castrillon, se recusou a explicar durante entrevista ao Olhar Direto a origem do dinheiro apreendido em sua residência durante a segunda fase da operação Ararath, desencadeada pela Polícia Federal nesta segunda-feira (25), em Cuiabá. Em todas as sete buscas realizadas, a polícia apreendeu um total de R$ 230 mil, valor cuja maioria estaria na casa de Castrillon. 


Alvo de operação da PF, presidente do Detran nega tráfico de influência e relação com magistrado
Casa e gabinete do presidente do Detran-MT são alvos de busca e apreensão da PF na segunda estapa da Ararath

Durante entrevista concedida na manhã de ontem ao Olhar Direto, Castrillon já havia omitido a apreensão do dinheiro. Em nova entrevista nesta terça-feira (26), o presidente do Detran preferiu tratar com ironia sobre a origem do montante apreendido.

“Não omiti. Simplesmente eu respondo o que eu quiser. Você não é delegada, não é polícia, não é juiz, você é só uma jornalista e eu não te devo satisfação. Me diz, quem é sua fonte, que eu respondo suas pergunta, senão daqui não sai nenhuma informação ”, disse em seu gabinete.

Na decisão do desembargador federal Tolentino Amaral, que deferiu os sete mandados de busca e apreensão realizados ontem, ele justificou a autorização paras as buscas na casa e no gabinete de Gian por um suposto envolvimento com o juiz federal Julier Sebastião, bem como por tráfico de influência dentro do órgão estadual. Na decisão, o magistrado chegou a citar o custeio de passagens aéreas que teriam sido feitas pelo gestor ao juiz, bem como o empréstimo de um carro ao magistrado.

“A medida de interceptação telefônica , reiteradamente, demonstrou conduta de relevo penal , de fins de 2011 até os dias de hoje, com (do investigado)... Os elementos trazidos pela interceptação telefônica e demais diligências policiais sustentam questões a demandarem respostas, a exemplo da origem de quantias movimentadas por (investigado), bem como se tais valores foram usados para custear as passagens ao magistrado, bem como veículo por esse usado, mas em nome de (investigado). Assim como demanda por resposta, que influência – em natureza, grau, e reciprocidade – o magistrado tem junto ao órgão (público estadual)”, conta do trecho da decisão.

Na casa de Julier foi apreendida uma Pajero, que pertenceria ao pecuarista e empresário Osvaldo Alves Cabral. A coincidência maior é que Gian tem uma Pajero ainda em seu nome, mas que alega já ter sido vendida. “A minha é uma Pajero Full, de cor preta. A que foi apreendida com ele foi uma prata, blindada, modelo esporte. Para falar, você precisa conhecer de carro antes jornalista”, afirmou.

A Operação

A operação Ararath foi deflagrada no dia 12 de novembro, quando a Polícia Federal cumpriu 11 mandados de busca e apreensão para coletar provas materiais e dar continuidade nas investigações de um suposto esquema de lavagem de dinheiro e agiotagem. Entre os locais “batidos” pela PF estavam a cobertura de luxo de Júnior Mendonça, no condomínio Maison Paris, em Cuiabá, e postos de combustíveis da rede Amazônia Petróleo, da qual ele é sócio.

Júnior Mendonça era sócio proprietário da factoring “Globo Fomento Mercantil”, empresa que, segundo a PF, foi usada como fachada para negócios de agiotagem e lavagem de dinheiro.

Todas as transações financeiras supostamente ilegais eram movimentadas através de contas da factoring e da rede Amazônia Petróleo. Por enquanto, as investigações detectaram a movimentação ilegal de R$ 500 milhões nos últimos seis anos, mas a quantia pode ser maior.

O principal crime consiste no fato de que as empresas de factoring tem natureza estritamente mercantil, com a finalidade principal de assessoria e de compra de títulos de crédito, a fim de fomentar o comércio. Por isso mesmo, não têm autorização do Banco Central para conceder empréstimos, exigir garantias ou exercer quaisquer atividades exclusivas de instituição financeira.

Uma fonte informou ao Olhar Direto que as investigações nas duas etapas não estão vinculadas diretamente. A segunda etapa teria sido deflagrada por conta do surgimento de dados na primeira fase. Isto é: a segunda não seria mera continuidade da primeira.
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