Olhar Direto

Domingo, 28 de abril de 2024

Opinião

Por que investir em um profissional que provavelmente vai sair da empresa?

Nos últimos 20 anos tenho ouvido essa pergunta com bastante frequência. Incrível que o tempo passa, o mercado amadurece, a competitividade aumenta e as empresas continuam acreditando nos mesmos paradigmas.
 
Como é fácil mudar processos, ferramentas e métodos, se comparado com a mudança de modelo mental ou "mindset" – jargão do mundo dos negócios que significa "forma de pensar", a maneira como compreendo, interpreto e julgo as situações que vivo.
 
Este tipo de pergunta reforça minha percepção de que o discurso das empresas é bastante diferente da prática. Vejam quantas empresas declaram em sua visão, missão e valores que o seu diferencial "são as pessoas".
 
Todos os negócios são feitos de pessoas. Óbvio, não?  Então, como um negócio pode evoluir, crescer e prosperar se as pessoas que o compõem também não evoluem, crescem e prosperam?  Simples essa lógica, não acham?
 
Ambientes em que há alta rotatividade de funcionários refletem exatamente a falta de uma cultura de valorização das pessoas. Muito provavelmente as condições de trabalho, perspectivas de crescimento e aprendizado, políticas de remuneração e reconhecimento são falhos ou insuficientes para o nível de desafio e pressão a que as pessoas são ali submetidas.
 
Quanto mais sua empresa exige, quanto mais ela cobra, mais precisa prover recursos para que as pessoas tenham condições de entregar as metas e objetivos definidos.
 
Entenda: nenhuma empresa está livre do fantasma da perda de talentos. Todas, sem exceção, precisam considerar uma taxa de rotatividade como parte do negócio. Afinal, as pessoas têm seus projetos pessoais e seus próprios objetivos, que nem sempre estão alinhados com os objetivos das empresas.
 
Porém, enquanto a pessoa ainda estiver no negócio, ela precisa ter condições de entregar aquilo que se espera dela! E, para isso, precisa ser, sim, treinada – tanto nos conhecimentos técnicos quanto nos aspectos comportamentais.
 
Talvez, ao por perceber na empresa um ambiente de aprendizado e crescimento, a pessoa repense a sua saída da empresa. Sim, está provado que empresas que treinam reduzem suas taxas de rotatividade!
 
A pergunta, então, está errada. Ao invés de se perguntar o porque de investir em alguém que pode sair da empresa, pergunte-se: "o que posso fazer para aumentar a minha retenção de talentos?".
 
Mas, não adianta se fazer essa pergunta sem ser humilde para reconhecer os pontos fracos de sua empresa! Com arrogância, você nunca compreenderá o que precisa mudar, continuará perdendo talentos e trilhando o caminho para o fracasso ou baixa performance dos seus negócios.
 

Lorena Lacerda é Diretora Geral do Grupo Valure, associado FDC em MT, Coach de Executivos e Times há mais de 17 anos, Mentora de Gestão e Treinadora de Líderes.
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