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Sábado, 27 de abril de 2024

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parto orgásmico

Mulheres de Cuiabá que tiveram orgasmo durante o parto contam suas experiências; Veja vídeo!

Foto: Reprodução / Vimeo

Luana Aurea, durante o parto de seu filho

Luana Aurea, durante o parto de seu filho

Muita dor. É isso que se espera dos partos normais. Ou, pelo menos, é isso o que as mulheres ouvem durante toda a sua vida antes de ter um filho: que a dor do parto é a pior de todas as dores. Para as cuiabanas Luana Aurea e Daiane Sabbag, no entanto, não foi só isso: o nascimento de seus filhos veio acompanhado de prazer. De um orgasmo.

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O chamado ‘Parto Orgásmico’ ficou conhecido no mundo depois do lançamento do documentário americano Orgasmic Birth, de 2007, que acompanhou onze mulheres durante seus trabalhos de parto. Mas para falar sobre o fenômeno não é preciso ir longe, e nem mesmo procurar muito, já que é mais comum do que se imagina.

Neste tipo de parto, a sensação de prazer acontece junto com a dor, chegando a superá-la. A explicação está no fato de que, quando o bebê começa a sair (‘coroar’) toda a região genital se comprime, e ele passa pelas mesmas terminações nervosas que são estimuladas no ato sexual, (explicou a ginecologista e obstetra Cátia Chuba à Revista Crescer).

Luana experimentou a sensação há um ano e meio, quando seu primeiro filho veio ao mundo. Apesar de afirmar que é preciso que a mulher esteja totalmente relaxada para que o orgasmo ocorra, ela explica que não é algo que se possa planejar: “Quando fiquei sabendo que isso era possível eu me perguntei se eu também poderia ter um parto assim, mas acredito que não é algo que se pode planejar, é algo que acontece naturalmente”. 


Luana após o parto (Foto: Elis Freitas)

A paulista tem 23 anos, mora em Cuiabá para estudar odontologia, e foi só pouco antes de engravidar que decidiu por um parto domiciliar. “Alguns meses antes de engravidar uma moça da minha cidade teve um parto domiciliar, me lembro que assisti ao vídeo do parto dela e me emocionei muito. Desde então, comecei a ver outros vídeos e me encantava mais e mais, foi aí que o desejo de ter um parto humanizado, de preferência domiciliar despertou em mim”.

Após a decisão, ela começou a frequentar encontros de gestantes e assistiu ao documentário sobre parto orgásmico. Ali, ouviu também o relato de uma moça que tinha tido a experiência. No dia de seu parto, porém, a identificação com o que tinha ouvido não foi imediata. Na verdade, Luana nem chegou a pensar sobre isso: “Como aconteceu, exatamente, é difícil de descrever. Sei que no momento em que o bebê estava coroando eu tive uma sensação prazerosa e uma vontade incontrolável de sorrir. Não saberia dizer se foi difícil ou não, pois eu não idealizei sentir prazer nesse momento, simplesmente aconteceu”, conta.

Assista ao vídeo do parto de Luana:


A Chegada Do Luiz Carlos - Parto Domiciliar Orgásmico - Orgasmic HomeBirth from Elis Freitas Fotografia on Vimeo.

Assim como ela, Daiane também não planejou nada. Ela sabia que queria um parto natural, até porque sua mãe teve seis partos normais. “Queria parir. Queria saber o que significava parir. Tinha curiosidade, quanto à dor e a sua intensidade”, afirma. A ‘jornada’ até achar um obstetra e uma doula para realizar seu desejo, no entanto, foi demorada, e ela só conheceu o médico que a acompanhou no parto na 38ª semana de gestação.

Para ela, prazer e dor vieram juntos e na mesma intensidade. “A sensação de prazer ocorreu na hora do expulsivo, quando eu já estava com dilatação total e bebê baixo. As contrações eram bastante próximas e eu sentia muita dor quando elas vinham. Mas quando passavam, tomava conta da minha alma uma onda de prazer e satisfação imensurável. A vontade de sorrir era incontrolável. A sensação de amor pleno tomava conta de mim. Não houve qualquer estímulo. Me entreguei totalmente para o parto. Eu já não tinha controle de mais nada...”, relembra.

Assista ao vídeo do parto de Daiane:




Ela explica, ainda, que na prática o orgasmo durante o parto é um pouco diferente do orgasmo durante a relação sexual: “A sensação de plenitude, leveza e satisfação (ocitocina natural) se reveza com as dores das contrações (adrenalina) que vem e vão”. A mesma experiência foi a de Luana: “O prazer no momento do meu parto aconteceu após um período longo de contrações e dor, que fisiologicamente falando são fundamentais para a liberação da ocitocia, o famoso hormônio do amor e do prazer. Então digo que a dor foi o que proporcionou o prazer”, afirma.

O que ambas concordam é que não existe técnica para ter um parto orgásmico, mas que o principal – assim como num orgasmo sexual – é a mulher estar à vontade, com pessoas que ela confia, e totalmente entregue. “Para não intervir, o médico precisa ter muito domínio de si mesmo e conhecimento suficiente para que o tempo da parturiente seja respeitado, dentro dos limites de segurança baseados em evidências científicas”, explica Daiane.


Daiane e sua filha (Foto: Elis Freitas)

Depois de entenderem e passarem pela experiência, as mães chegaram a ser julgadas. Algumas pessoas achavam que Daiane estava poetizando o parto. Outras, quando falam com Luana, preferem ignorar como se fosse algo inexistente.
Para as duas, fica a memória de um momento mágico. “Não sei se todos meus partos serão orgásmicos, mas sei que todos serão humanizados, domiciliares e planejados”, finaliza Luana.
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