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Domingo, 28 de abril de 2024

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Bruxelas celebra bicentenário do nascimento do inventor do saxofone

O belga Adolphe Sax deu seu nome ao saxofone, uma invenção que revolucionou a música, em particular o jazz e o blues, mas é um verdadeiro desconhecido do público. Agora uma exposição presta homenagem a ele nos 200 anos de seu nascimento.

Nascido em Dinant, às margens do rio Meuse, em 5 de novembro de 1814, o jovem Adolphe, que se mudou com seus pais para Bruxelas, escapou de morrer afogado, de uma violenta queda de escada e de uma ingestão do verniz utilizado por sua mãe, ebanista e fabricante de instrumentos musicais famosa na Bélgica.

Se Adolphe não tivesse tido tanta sorte, John Coltrane, Dexter Gordon, Maceo Parker, Charlie Parker, Sonny Rollins e Stan Getz não teriam se destacado em sua arte e a história da cultura popular musical do século XX seria diferente.
O saxofone ficou conhecido longe dos clubes do Harlem americano. Foi na França, em meados do século XIX, e graças a uma grande ajuda do exército.

Em 1842, quando já tinha em Bruxelas uma boa reputação como fabricante de instrumentos, além de uma patente registrada para aperfeiçoar o clarinete, Sax se instalou em Paris, onde criou uma oficina para produzir instrumentos e estudar cientificamente a acústica.

Em 1845, o exército, que queria reformar sua música, organizou um grande concurso ao ar livre em Paris. Os instrumentos de Adolphe Sax, que tinham uma potência sonora e uma precisão inigualáveis, se impuseram frente ao projeto de seu competidor, o compositor italiano Michele Carafa.

O concurso foi realizado diante de 20 mil espectadores e consolidou a reputação do inventor belga, que obteve em licitação um quase monopólio da fabricação de instrumentos para as bandas militares.

Em 1846, Adolphe Sax patenteou um "sistema de instrumentos a vento, chamados saxofones".
Mas o começo do saxofone e de outros metais criados pelo belga foi difícil. Pouco a pouco encontraram um lugar nas orquestras de ópera, como trompete imaginada para a criação de Aída de Verdi em 1880.
O sax de Bill Clinton

O saxofone sofreu também a rejeição dos músicos de orquestra, contrários a trocar este novo instrumento e à imagem muito "popular" associada aos músicos de jazz negros dos Estados Unidos, que o adotaram e posteriormente lhe deram fama internacional.

A história fora do comum de Adolphe Sax e de seus múltiplos inventos é relatada na exposição "Sax200", que abriu suas portas na semana passada no Museu de Instrumentos Musicais (www.mim.be) situado desde 2000 em um dos mais belos prédios de art nouveau da capital belga.

Lá estão exibidos cerca de 200 exemplares assinados por Sax, entre eles o sax mais antigo já fabricado, um barítono de 1846 e um tenor com as cores da bandeira americana presenteado ao presidente Bill Clinton em 1994. A exposição Sax200 ficará aberta até 11 de janeiro de 2015.
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