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Domingo, 28 de abril de 2024

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Mars One

"É uma consquista para a humanidade", diz cuiabano candidato ao projeto de colonização de Marte

Foto: Stéfanie Medeiros/ Olhar Conceito

Na última semana, Carlos Wagner Ribeiro, 28 anos, foi destaque na mídia cuiabana. O motivo: O assistente social da capital mato-grossense é um dos classificados para os próximos testes do projeto “Mars One”, missão que tem como objetivo colonizar o planeta Marte. No final da tarde desta segunda-feira (09), Carlos falou ao Olhar Conceito sobre o projeto e sua participação.

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Sentado em sua mesa em uma sala compartilhada no setor de assistência social, Carlos conta com bom humor e eloquência como entrou em contato com o projeto. Desde criança, ele tem interesse em astronomia. A partir dos sete anos de idade, o assunto virou uma constante em sua vida. Atualmente, Wagner é astrônomo amador, portanto pesquisa sobre o tema frequentemente. Há três anos, quando abriram as inscrições para o “Mars One”, o servidor público não hesitou em inscrever-se.

A princípio, foram 200 mil inscritos. Carlos conta que, a partir dai, os candidatos passaram por vários testes e provas de conhecimentos gerais e específicos. Atualmente, a lista tem dois mil nomes e está em processo de ficar com pouco mais de 700 candidatos para a seleção final. “Eu percebo esta viagem como uma expedição de descoberta. Eu vejo que agora nós vamos para Marte da mesma forma que os navegantes deram à volta ao mundo séculos antes sem saber o que iriam encontrar. É algo pioneiro e ousado, mas um é uma conquista de toda a humanidade”, disse.


Em uma viagem como esta, no entanto, há vários riscos. Um estudo realizado pelo Instituto Tecnológico de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês) prevê que o primeiro pioneiro da viagem deverá morrer em 68 dias por asfixia. Há também a possibilidade de os primeiros colonizadores do planeta Marte desenvolverem câncer. “Sobre isto, não tenho medo de morre. Acho que todos vão morrer um dia. Mas neste caso, penso que morrer fazendo algo em prol da humanidade, sendo parte de um projeto pioneiro, vale a pena”, explicou Carlos.

Nascido em Cuiabá, formado em direito e assistência social, Carlos trabalha na área e tem como hobby a astronomia. Atualmente, o servidor público não é casado e não tem filhos. Ele conta que sua família fica apreensiva com o projeto, caso ele passe para as etapas finais. “Mas eles sabem que isto é um sonho desde criança. E não consigo imaginar um cenários em que eu vá mudar de ideia, mesmo a viagem sendo somente daqui nove anos”, disse Wagner ao Olhar Conceito.

Ele ainda conta que não se sente ansioso com as próximas etapas. “Acho que no momento, o que eu posso fazer mesmo é começar a fazer mais exercícios físicos e me preparar o melhor possível para as fases que vierem”. Neste meio tempo, Carlos desenvolve diversos projetos com o objetivo de ampliar o estudo da astronomia em Mato Grosso.

Planetário móvel

Depois de alguns anos pesquisando astronomia, Carlos decidiu adquirir um planetário móvel. O servidor costuma levar a estrutura para escolas a fim de despertar o interesse das crianças no assunto. A princípio, ele desenvolvia esta atividade arcando com os custos. Atualmente, ele tem o apoio do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT).

Nos dias em que Carlos combinou de levar o planetário à uma escola, ele chega ao local por volta das 5h. Depois de duas horas montando a estrutura, as crianças podem fazer uma viagem pelo espaço sem sair do local. “Mas algumas crianças mais novas realmente acham que viajamos. É um momento de encantamento, onde vários estão entrando em contado com a astronomia pela primeira vez”, contou.

Além do planetário, Carlos participa com outros astrônomos de projetos de observação de planetas e cometas. Em determinados dias, uma equipe monta telescópios em um ponto da cidade para que a população possa ver fenômenos astronômicos com maior facilidade. “Nós precisamos incentivar cada vez mais esta ciência no estado. Nós temos iniciativas e leis, mas as coisas ainda não entram na prática. Esta é uma oportunidade para os governos estaduais e municipais começarem a enxergar o potencial de Mato Grosso nesta área”, finalizou Carlos.

Sobre o Mars One



Mars One é um projeto de um engenheiro holandês, Bas Lansdorp, para instalar uma colônia humana no planeta Marte e ocupá-la a partir de 2025. A ideia-base do projeto é que uma missão tripulada a Marte, projeto constantemente adiado pelas agências espaciais, é viável hoje com custos moderados (6 bilhões de dólares para a primeira fase) usando tecnologias existentes, desde que elimine-se a etapa de retorno, isto é, que as viagens sejam só de ida.

O projeto será financiado através da exploração da expedição pela mídia, sob o modelo de reality show; Bas Lansdorp afirma, em fevereiro de 2014: "As pessoas não entendem que Mars One não é um Big Brother, e é lamentável ... Pretendo, na verdade, transmitir esse evento à maneira dos jogos olímpicos: serão jogos de exploração." Outras fontes de financiamento são patrocínios, doações e exploração de direitos intelectuais sobre eventuais tecnologias desenvolvidas. Mars One recusa-se a aceitar verba governamental, para não perder sua independência e evitar burocracia.

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