Olhar Conceito

Domingo, 28 de abril de 2024

Notícias | Comportamento

viver é a solução

Palestra sobre suicídio com jornalista reúne dezenas e desperta atenção a debate sobre o tema

22 Out 2015 - 09:00

Especial para o Olhar Conceito - Paulo Victor Fanaia Teixeira

Foto: Paulo Victor Fanaia

Palestra sobre suicídio com jornalista reúne dezenas e desperta atenção a debate sobre o tema
O jornalista da Rede Globo André Trigueiro veio a Cuiabá com a palestra “Viver é a melhor opção”, promovida pelo Centro de Valorização da Vida (CVV). Com o suicídio como foco, tema também de sua mais recente obra, “Viver é a melhor opção: A prevenção do suicídio no Brasil e no mundo”, ele denunciou o tabu da abordagem do assunto na sociedade e nos jornais, o preconceito e o medo da busca por tratamento.

Leia mais:
Jornalista da TV Globo profere palestra em Cuiabá e apresenta livro para quebrar tabu do suicídio
Grito de socorro: 200 mil ligam por dia para o CVV com intenções suicidas

Quase não havia espaço no auditório. Todas as poltronas foram ocupadas em poucos minutos que se sucederam à abertura das portas. Cadeiras foram dispostas na frente, e não bastando, muitos se sentaram no chão, até mesmo no palco, para não perder a fala do jornalista. A equipe do CVV se surpreende, “me belisca que eu não estou acreditando nesse tanto de gente”, brinca um membro da equipe. Uma recepção acolhedora para tratar de um tema comovente, o suicídio.

Estima-se que no mundo ocorra cerca de 804 mil suicídios por ano. O Brasil infelizmente não está fora desse número. Estamos em sexto lugar no ranking em números absolutos, isto é, levando em conta o total de registros. “O suicídio é um problema de saúde pública”, afirma André Trigueiro.

É necessário romper o silêncio, tocar no assunto, por mais dolorido que seja. Trigueiro nota que se criou uma espécie de Tabu sobre a questão do suicídio, ou auto-extermínio, isto é, não se fala no assunto. Até mesmo no jornalismo, ele ressalta. “Se é suicídio, é melhor não falar. No jornalismo isso é quase um mantra”.

Ainda que o Brasil seja destaquepela instituição do Plano Nacional de Prevenção do Suicídio (PNPS) em 2013, ainda há muito que fazer. Para ele, é preciso um esforço de toda sociedade paraassumir que o problema existe e que deve ser tratado com respeito e carinho. “Para cada suicídio há pelo menos seis pessoas próximas que se sentirão mal e também irão precisar de tratamento”, aponta.

André Trigueiro rompe alguns tabus. “O suicídio não é genético”, “psicólogo não é coisa de ‘maluco’” e “nível intelectual ou de escolaridade não define predisposição a suicídio”, ressalta. E por esse motivo, pode atingir qualquer um de nós. “É preciso estar sempre atento”, orienta o jornalista. Sintomas simples como uma criança que deixa de interagir, que não conversa sobre seu dia na escola, podem e devem ser preocupantes. Até mesmo frases que podem parecer bobas, adverte Trigueiro, como “se eu não passar no ENEM esse ano, não valerá a pena viver”, pode ser o momento exato para “se acender o sinal amarelo”, isto é, pode indicar o começo de um quadro de depressão, e o diálogo se faz necessário.

O jornalista aponta que o suicídio está ligado à depressão em 33% dos casos, em todo Brasil. Por isso a importância da busca por tratamento urgente. “A depressão é a pandemia de nosso século”, afirma. Para quem está sofrendo de depressão nesse momento as dicas são claras: buscar um acompanhamento psicológico para prescrição de medicamentos que diminuam os sintomas, procurarauxílio da psicoterapia a fim de entendera raiz do problema, “quem não puder pagar por um tratamento, busque o CAPS”, ressalta. Se referindo ao Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), disponível em Cuiabá.

Como espírita, André aponta como terceiro elemento a fé. Para ele é importante nesse momento a busca por uma crença maior que o dê forças para entender que a depressão é real e tem cura, que é difícil mas possível vencer e que apesar de tudo, viver é sempre a melhor opção. A plateia aplaude de pé.

Ana Rosa Ramos Nunes, uma das fundadoras do CVV e organizadora do evento, enaltece a iniciativa do jornalista. “Nossa avaliação é a mais positiva possível. O André é um apaixonado pelo CVV e faz de tudo para nos ajudar”. Para isso, todo valor arrecadado com direitos autorais da obra serão destinados para o CVV nacional e nas vendas do livrono evento, ao CVV de Cuiabá. Anareitera a importânciada fundação na capital mato-grossense. “Aqui o índice de suicídio é bem alto, principalmente entre idosos e agora com jovens”, afirma com olhar triste. Masabre um sorriso ao constatar, “a sociedade cuiabana é muito receptiva e muito solidária. O calor humano do cuiabano favorece nosso trabalho”, conclui, rindo.

O Centro de Valorização da Vida (CVV) está presente na Rua Comandante Costa, 296. Telefone: (65) 3321-4111.
Serviço de apoio via telefone é 24 horas, disque: 141.

www.cvv.org.brpossui serviço de atendimento por chat e Skype.

O CAPS II Versão fica na R. Rio Grande do Sul, 504. Bairro Jardim Paulista. Telefone: (65) 3617-1830
Entre em nossa comunidade do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui

Comentários no Facebook

Sitevip Internet