Uma reunião realizada nesta terça-feira (29), no Tribunal de Contas do Estado (TCE) com a presença de empreiteiros, conselheiros e representantes da Secretaria Extraordinária da Copa (Secopa) ‘escancarou’ a realidade. Argumentando inúmeros problemas e imprevistos, os empresários admitiram que a maioria das intervenções do plano de mobilidade urbana para a Copa do Mundo não ficará pronta para o evento. Faltando apenas 43 dias para a Copa, o cenário é amplamente desfavorável para a conclusão das obras a tempo.
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O encontro da Comissão de Acompanhamento das Obras da Copa do Mundo 2014 do TCE com seis empresas de construção civil, uma gerenciadora de obras e a Secopa, teve a finalidade de tomar conhecimento das providências que estão sendo tomadas para que as principais obras sejam entregues a tempo do Mundial. Estavam presentes o presidente do TCE-MT, conselheiro Waldir Julio Teis, o relator das contas da Secopa, conselheiro substituto João Batista Camargo, o procurador de Contas, Willian de Almeida Brito, o secretário da Copa, Maurício Guimarães, o supervisor da comissão, conselheiro José Carlos Novelli e empreiteiros.
Cada uma das 23 grandes obras do Mundial – trincheiras, viadutos e duplicações – foi discutida. O encontro serviu para se chegar à conclusão de que dificilmente a metade das 16 principais intervenções será concluída. Nessa lista estão o Córrego Oito de Abril, a duplicação das Estradas da Guarita e Moinho, as trincheiras Santa Rosa e do Complexo Viário do Tijucal e ainda os Centro Oficiais de Treinamentos (COT’s) de Cuiabá (UFMT) e Várzea Grande (Barra do Pari), além do aeroporto, que só deve ser concluído mesmo após a Copa. Essas obras foram questionadas no relatório do TCE publicado na semana passada, apontando que 16 obras importantes estão atrasadas e quase provável de que não ficarão prontas em tempo do Mundial.
No ponto de vista do TCE, a obra com atraso mais preocupante é a duplicação da Estrada da Guarita, considerada via de grande importância para escoamento de turistas do aeroporto para a Arena Pantanal. A considerar a Matriz de Responsabilidade do Mundial, os COT’s, que servirão de treinamento para as seleções que vierem jogar em Cuiabá devem estar prontos. Esses obras que já contam com grama plantada, deverão ser liberadas com muito por fazer.
O conselheiro relator João Batista, destacou que "o Tribunal ouviu as empresas para saber dos encaminhamentos para que as obras de maior importância para realização dos jogos em Cuiabá estejam prontas até 31 de maio conforme acordo firmado entre empresas, Secopa e TCE-MT em fevereiro".
João Batista informou que até 15 de maio a comissão divulga mais um relatório de acompanhamento das obras e no dia 20 de maio será realizada mais uma reunião com os empresários. Nessa ocasião, o TCE deve cobrar do Governo do Estado um cronograma detalhado de entrega das obras.
O empresário Miltom de Brito, da construtora EEF, responsável pelo Complexo Viário do Tijucal disse que a reunião com o TCE fortalece algumas ações que precisam ser tomadas em conjunto com a Secopa, prefeituras e empresas para facilitar o trabalho e agilizar as obras. "Estamos trabalhando para garantir mobilidade às duas cidades", disse.
Certo de que nem tudo vai ficar pronto a tempo da Copa, o secretário da Secopa, Mauricio Guimarães, já admite trabalhar com prioridades daqui para a frente. Segundo ele, as obras essenciais para dar trafegabilidade e que foram acordadas com o Tribunal para serem entregues até 31 de maio estão sendo priorizadas.
Também estiveram na reunião representantes das empreiteiras construtora EEF (Complexo Viário do Tijucal), Agrimat (Duplicação da Rodovia Mario Andreazza e estrada da Guarita), Construtora Sanches Tripulone (Viaduto Dom Orlando Chaves), Construtora Três Irmãos (restauração e pavimentação das ruas no entorno da Arena Pantanal), Construtora Graxe/ Encomind (construção da avenida Parque do Barbado) Construtora Sobelttar (trincheira Trabalhadores/Jurumirim) e a Gerenciadora Maria Mello.
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