Obrigado, Alemanha!
Nós brasileiros precisamos agradecer a cada um dos jogadores e da comissão técnica que fazem parte desta delegação que entrará para a história do futebol mundial. O ‘massacre’ da última terça-feira (08) mostrou aos apoiadores da seleção canarinho, o que as vitórias cobriam com uma cortina de fumaça.
Aprendemos – da pior forma – que o nosso futebol pentacampeão do mundo, hoje, é apenas um dos bons. Foram sete tapas no rosto de todos os brasileiros, daqueles bem dados. Caímos. Vimos aqueles que sofreram em 2002, nos ensinando que com um trabalho a longo prazo, pode-se resgatar e transformar a forma como se joga futebol.
A seleção brasileira conseguiu chegar até a semifinal da Copa do Mundo aos trancos e barrancos. Vencemos jogos, mas não convencemos. Não tínhamos confiança na nossa equipe, qualquer ataque adversário fazia a respiração cessar por alguns segundos. Tínhamos medo de deixar a competição que estava acontecendo na nossa casa, antes da hora.
Sofremos com o maior vexame da história da seleção brasileira, que tantos craques formou. Mas acima de tudo, aprendemos. Os alemães mostraram o verdadeiro ‘Fair Play’ – algo que a Fifa busca incessantemente. Após a partida, nem eles pareciam acreditar no que aconteceu em Minas Gerais.
(Foto: Reprodução)
Foram superiores dentro e fora de campo. Após o confronto lotaram as redes sociais com mensagens de apoio aos torcedores. Realmente abriram os olhos da torcida que se dizia nos estádios ‘brasileira com muito orgulho e com muito amor’. Os chamados ‘frios’ jogadores alemães mostraram um coração enorme e quente. Muito por conta de já terem sentido o que é ser eliminado de um Mundial na própria casa. Já sentiram na pele essa ‘dor’.
Fica o fio de esperança de que os dirigentes, técnicos, formadores de atletas profissionais, reflitam sobre que rumo o futebol brasileiro está tomando. Não adianta cogitar A, B ou C para assumir a seleção após o torneio, se o modo como se pensa o jogo não mudar junto. O Brasil precisa voltar a ser Brasil, formar meio campistas e atacantes. O país que tanto ensinou, neste momento, precisa aprender.
*Wesley Santiago é jornalista e repórter do Olhar Copa