Com um orçamento de R$ 1,47 bilhão e prazo de entrega para junho do próximo ano, a implantação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) em Cuiabá e Várzea Grande terá um custo muito maior e só deverá ficar pronta em 2015, um ano depois da Copa do Mundo. A estimativa é do professor doutor em engenharia de Transporte da UFMT, Luiz Miguel de Miranda, que apontou prognósticos impressionantes com relação à obra: o investimento terá um custo adicional entre 50% a 60% do programado, em sua opinião.
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Ao comentar sobre a notícia de que o governador Silval Barbosa enfim admitiu que o VLT não ficará pronto para a Copa do Mundo, o especialista em engenharia assegurou ser impossível a conclusão do novo modal até março de 2014 como ficou acordado entre o Governo e a empreiteira. Ele justifica que os atrasos são decorrentes da complexidade da obra especialmente por falta de um projeto executivo.
"Somente agora é que a empreiteira está avançando para dar soluções de projeto. Cada curva vai ser uma novidade. Cada rampa, um problema. Se isso não entrou no planejamento na fase de projeto, terá que ser feito agora. Isso implicará em um aumento considerável no custo da obra. Sabemos que o um projeto dessa magnitude demanda um prazo muito longo. São muitos detalhes. Enfim, um mundo de coisas novas como falta de mão-de-obra e falta de material. Não foram feitas sondagens ao longo de todo o percurso. Faltou o projeto executivo", reclamou o especialista.
Segundo Miguel Miranda, por essas razões, "podemos esperar que o custo do VLT será entre 50% a 60% maior que o previsto, dependendo do que vai acontecer daqui para a frente. Em minha cabeça, eu tenho um número: essa obra vai ficar perto de R$ 3 bilhões. Também, não há como terminar em menos de dois anos. Acredito que três anos será o suficiente". O especialista não acredita em um milagre e sugere que agora resta ter paciência.
Embora a cidade esteja sofrendo com problemas de circulação viária, desvios, rotas alternativas esburacadas e postes caindo, o engenheiro vê uma situação normal, considerando a dimensão e a complexidade de implantação do VLT: "Para mim, está tudo dentro da normalidade e do aceitável", concluiu.
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