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Sergio Romero chegou ao AZ Alkmaar aos 20 anos, em 2007, sem saber falar uma palavra em holandês. Mas havia um técnico experiente, com passagem pelo Barcelona, e que não se intimidou em conversar em espanhol com a revelação. Esse treinador era Louis Van Gaal e eles se encontraram novamente nesta quarta-feira, na Arena Corinthians, em São Paulo.

O goleiro foi o responsável pela classificação da Argentina diante da Holanda de Van Gaal ao defender duas cobranças, de Vlaar e Sneijder, e ajudar a seleção platina a vencer por 4 x 2 nos pênaltis, depois de um empate em 0 x 0 no tempo normal e na prorrogação.

“Eu ensinei Romero a agarrar pênaltis. E isso dói”, disse o técnico depois da partida, lembrando da passagem do argentino pelo clube holandês. Com Van Gaal, Romero foi campeão holandês em 2008/2009 e permaneceu 980 minutos sem sofrer nem sequer um gol. A amizade permaneceu.

“Fui até o vestiário de Van Gaal logo depois da partida para agradecê-lo. Ele me ajudou muito quando cheguei na Holanda. Só ele sabia falar espanhol. Ele ensina o jogador a crescer. Desde o primeiro dia no clube, ele me disse que o goleiro é mais um jogador de linha. Cheguei no AZ aos 20 anos e cresci em suas mãos. Quero agradecer a ele por ter permitido isso”, disse, emocionado.

Foi uma grande ironia do destino que uma cria de Van Gaal definisse a partida. No jogo anterior, pelas quartas de final, o holandês havia sacado um coelho da cartola ao trocar seu goleiro no último minuto da prorrogação. Cillessen foi substituído por Krul, que agarrou duas cobranças. Por ter executado todas as trocas, Van Gaal não pode repetir a operação na partida contra a Argentina.

“Se eu tivesse a oportunidade substituir, teria feito. Mas já tinha realizado todas as três substituições”, disse. Cillessen não evitou nenhum dos gols argentinos, embora tenha alcançado a última cobrança, de Máxi Rodriguez. Quando a prorrogação terminava, o técnico holandês já havia lançado Janmaat no lugar de Bruno Martins Indi (“tinha amarelo e não conseguia marcar Perez, chegava sempre atrasado”), De Jong por Classie (“não queria arriscar uma nova contusão, e Classie tem uma postura mais ofensiva”) e Van Persie por Huntelaar (“Van Persie estava exausto”).

“Pênalti é uma questão de sorte. E nós não tivemos”, resumiu.