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12/07/2013 - 14:40

MG: morre jovem que caiu de viaduto durante protesto

Terra

O corpo do estudante Luiz Felipe Aniceto de Almeida, 22 anos, será enterrado nesta sexta-feira no Cemitério da Paz, em Belo Horizonte. Almeida morreu na noite passada no Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, onde estava internado desde o dia 22 do mês passado. O jovem ficou gravemente ferido ao cair do viaduto José Alencar, na Pampulha, durante os protestos que aconteceram na capital mineira. No mesmo dia jogaram no Mineirão as seleções do Japão e México, pela Copa das Confederações.

Segundo o hospital, o rapaz teve fraturas em várias partes do corpo e desde então respirava com a ajuda de aparelhos. Almeida era pai de uma menina de um ano. Além dele, outras seis pessoas caíram do viaduto José Alencar durante os confrontos dos manifestantes com a Polícia Militar. Entre elas o auxiliar de logística Douglas Henrique Oliveira, 21 anos, que também morreu no Hospítal João XXIII. O acidente com ele, gravado por um dos manifestantes, aconteceu no dia do jogo Brasil e Uruguai.

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País

Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

O grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Salvador, Fortaleza, Porto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

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