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Terça-feira, 18 de junho de 2024

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Vale do Silício: crise faz otimismo virar cautela em 2009

Os executivos de capital para empreendimentos fazem fortuna, ou a perdem, com base no grau de acerto de suas previsões. Quando saem em busca de idéias que mal nasceram e promovem seu desenvolvimento por meio de conselhos e injeções de capital, a esperança que abrigam é a de que alguma dessas empreitadas venha a ser o novo Google.


Na Sand Hill Road, a larga avenida em que as empresas de capital para empreendimentos estudam novas idéias em Menlo Park, a recessão trouxe uma nova dose de cautela ao otimismo que os caracteriza. Conversas com alguns dos mais conhecidos executivos de capital para empreendimentos sobre o tipo de empresa que pode receber parte dos US$ 31 bilhões em capital que estima-se o setor tenha arrecadado em 2008 oferecem um vislumbre quanto ao futuro da tecnologia.

O apogeu da web 2.0 já chegou e passou
Os executivos de capital para empreendimentos vinham despejando dinheiro em sites que eram gratuitos para os usuários e se bancavam por meio de publicidade ¿ e se o site em questão envolvesse redes sociais, ainda melhor. Mas à medida que o crescimento da publicidade online perde o ímpeto e as redes sociais se tornam comuns, os dias de esforço para encontrar o novo YouTube, Facebook ou Yelp ficaram para trás, diz Jeremy Liew, sócio diretor da Lightspeed Venture Partners.

"Em 2005, a Yelp dizia que derrubaria a Citysearch", comenta Liew. "Hoje seria preciso dizer que a nova empresa será mais viral e terá conteúdo gerado pelo usuário superior ao da Yelp. O nicho evolutivo que se abriu naquele momento já está ocupado". Até mesmo a Accel, uma das primeiras empresas a investir no Facebook, rejeitaria a empresa se fosse abordada com a mesma idéia hoje, diz Theresia Gouw Ranzetta, uma das sócias do grupo.

Para os sites que não têem grandes audiências até agora, "o modelo de negócios pode ser tão plausível quanto há 18 meses, mas nós somos mais cautelosos na distribuição de dinheiro", ela afirmou. Em lugar disso, os investidores estão em busca de sites que fazem dinheiro de outra maneira que não a venda de publicidade, como a venda de assinaturas ou bens virtuais. A venda de uma fantasia de US$ 0,50 para o avatar de um mundo de fantasia online pode não parecer grande negócio, mas os centavos se empilham.

O mercado de empresas está de volta
Ainda que os investidores estejam mudando seu foco dos consumidores para as empresas, eles ainda relutam em injetar dinheiro em produtores de software dispendioso para administração de dados em grandes empresas. "As idéias empresariais com desenvolvimento a custo de entre US$ 50 milhões e US$ 100 milhões que chegarão ao mercado serão raras", disse Dana Stalder, sócio da Matrix Partners.

Em lugar disso, o setor de capital para empreendimentos se concentrará em software de fonte aberta, software fornecido via web, computação em nuvem na internet e software de virtualização que permitirá que as empresas usem menos hardware para operar seus aplicativos. "Oracle, Microsoft e todas elas adotarão computação em nuvem. Será uma grande virada e uma transformação no setor de tecnologia", disse Stalder.

O ano do celular?
O iPhone e a Apple App Store conquistaram os consumidores em 2008, mas os investidores não estão convencidos de que vender publicidade ou conteúdo em forma de aplicativos para celulares pode render-lhes muito dinheiro. Os executivos de capital para empreendimentos mais céticos estão optando por aquilo que vêem como dinheiro garantido na telefonia móvel, por exemplo as operadoras e as fabricantes de celulares e acessórios.

"O conteúdo móvel puro recebeu excesso de investimento e o hardware não recebe a atenção que merece", disse David Weiden, sócio da Khosla Ventures. A receita do iPhone e do BlackBerry excede a de todo o mercado de conteúdo para aparelhos móveis, ele afirma. A Battery Ventures se concentra nas operadoras de telefonia móvel, disse um de seus sócios, Roger Lee. A empresa investiu na MetroPCS, cujo capital foi aberto em 2007, e no ano passado colocou dinheiro na Pocket Communications, uma operadora de telefonia sem fio do Texas que está se expandindo para a região nordeste dos Estados Unidos.

Tecnologia limpa se torna realidade
O setor de capital para empreendimentos continua sua busca pela tecnologia ecológica. Até setembro, US$ 3 bilhões foram investidos em tecnologias que criam energia alternativa e economizam energia, ante US$ 1,9 bilhões um ano antes no período, de acordo com a National Venture Capital Association. Mas projetos grandes e dispendiosos como fábricas de painéis de energia solar ou usinas de biocombustíveis estão perdendo o prestígio.

"Os argumentos econômicos em defesa dessas empresas literalmente se inverteram no curso de um ano", disse Paul Holland, o gerente geral encarregado de práticas ecológicas na Foundation Capital. Em lugar disso, alguns executivos de capital para empreendimentos estão procurando tecnologias que monitoram a demanda de energia, como softwares que acompanham e regulam o uso de energia de um edifício.

Serviços personalizados de saúde
O setor de capital para empreendimentos considera que uma área da economia que a tecnologia ainda não transformou é a de saúde personalizada. Jennifer Fonstad, diretora executiva da Draper Fisher Jurvetson, está estudando empresas que usam informação sobre o código genético de uma pessoa para oferecer assessoria médica preditiva ou serviços e produtos preventivos.

Empresas de internet que ajudem pacientes, bancos e operadoras de plano de saúde a administrar contas de poupança-saúde ou clientes a localizar casas de repouso para pais idosos estão entre as receptoras de recursos. "A Cisco foi fundada duas semanas antes de um crash na bolsa de valores. A Oracle nasceu durante a recessão de Reagan", diz Holland. "As melhores oportunidades surgem nos maus momentos".
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