O presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), Sérgio Reze, afirmou que o fechamento do ano de 2008 foi melhor do que se previa há 90 dias, quando começou a crise econômica global. Ele disse que a previsão era de queda de 19% na venda total de veículos, o que seria traumático para o setor. No entanto, ressaltou, as medidas adotadas pelo governo contribuíram para reverter o quadro que se desenhava.
Segundo balanço divulgado hoje (6) pela Fenabrave, a venda total de veículos novos em dezembro de 2008 aumentou 11,54% em relação a novembro, quando negociaram-se 345.447 unidades contra 309.712 do mês anterior. Na comparação com o mesmo mês de 2007, quando o total vendido foi de 413.143 unidades, houve queda de 16,39%. No acumulado de 2008, foram negociadas 4.849.497 unidades, contra 4.248.275 do mesmo período do ano anterior, com expansão de 14,15%. Os números incluem automóveis, veículos comerciais leves, caminhões, ônibus, motos e implementos rodoviários.
O total de automóveis e veículos comerciais leves vendidos em dezembro foi de 183.919 unidades, contra 166.279 no mês anterior, com crescimento de 10,61%. Em comparação com dezembro de 2007, quando foram comercializadas 231.314 unidades, houve queda de 20,49%. No acumulado do ano, a venda desse tipo de veículo totalizou 2.671.338, 14,06% a mais do que no mesmo período do ano anterior, quando foram comercializadas 2.342.059.
O setor negociou em dezembro 10.631 caminhões e ônibus, o que representou queda de 8,57% ante os 11.627 veículos emplacados em novembro. Com relação a dezembro de 2007, quando foram comercializadas 242.258 unidades, houve queda de 2,86%. No acumulado de janeiro a dezembro de 2008, o crescimento em comparação com o mesmo período de 2007 foi de 23,81%, com 2.820.957 unidades vendidas contra 2.462.0905, respectivamente.
A venda de motocicletas teve expansão de 15,46%, com a venda de 143.376 unidades em dezembro ante 124.176 em novembro. Com relação a dezembro de 2007, houve queda de 12,80%. Nesse mês foram vendidas 164.427 unidades. Em todo o ano de 2008, foram comercializadas 1.925.514, 12,69% a mais do que no ano de 2007 quando foram emplacadas 1.708.640 motocicletas.
Sérgio Reze disse que a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) na compra de veículos novos e a liberação de volumes financeiros para o crédito ajudaram a melhorar os resultados do setor.
“A situação não foi contornada de todo, porque não são todos os bancos que operam na sua normalidade e ainda há uma recusa cadastral relativamente elevada, e os juros ainda estão altos”, afirmou Reze. Segundo ele, com as medidas do governo, estancou-se a queda nas vendas e os consumidores voltaram às concessionárias.
Ele acredita que, neste ano, as vendas cheguem a 4.895.143 de unidades, com crescimento de 3,13% em relação a 2008r. Mesmo assim, ressaltou Reze, em março a Fenabrave deve rever suas projeções porque termina o prazo de vigência das medidas do governo para estimular a venda de veículos. “Na nossa avaliação, o crescimento de 3,13% é extremamente positivo, mas vamos reavaliar porque as medidas têm prazo até março.”
Reze reforçou que o fato de as Bolsas de Valores de diversos países estarem operando normalmente e as montadoras não terem acenado com a possibilidade de demissões, mantendo seus funcionários em regime de “não-trabalho”, aponta para uma possível evolução da parte das montadoras. “Temos observado esse comportamento dos empresários para não causar um tumulto maior ainda na sua empresa ou negócio. Isso indica que a economia está fazendo um caminho de acomodação.”
