Um membro da equipe de campanha do candidato à Presidência do Afeganistão Abdullah Abdullah morreu nesta terça-feira em um ataque protagonizado por homens armados no leste do Afeganistão.
O chefe da campanha de Abdullah, Alí Murad, explicou que um grupo de homens desconhecidos abriu fogo na Província de Laghman contra uma manifestação de apoio ao candidato à eleição de 20 de agosto.
Há dois dias, o candidato à vice-presidente Qasim Fahim, que concorre na chapa do presidente Hamid Karzai, saiu ileso de uma emboscada feita por um grupo rebelde no norte do país.
O ex-ministro de Relações Exteriores Abdullah Abdullah e o antigo ministro das Finanças Ashraf Ghani são os principais opositores de Karzai no pleito marcado para 20 de agosto, do qual participarão 41 aspirantes a assumir a Presidência do país.
Os três favoritos foram convidados a participar de um debate na televisão na última sexta-feira (24), que se converteu em uma cara a cara entre Abdullah e Ghani, já que Karzai decidiu não participar, alegando que não havia tido tempo para se preparar.
Alerta
O principal oficial da ONU (Organização das Nações Unidas) no Afeganistão alertou nesta terça-feira que a eleição presidencial será a mais complicada que ele já viu.
Cerca de 17 milhões de eleitores estão aptos a votar para, além do presidente, membros dos conselhos das Províncias. Mas a logística de preparar os centros de votação em um país que sofre com a insurgência, um terreno acidentado e falta de infraestrutura têm se provado desafiadores.
O funcionário da ONU Kai Eide disse que burros serão utilizados para transportar as urnas para as regiões mais inacessíveis do Afeganistão, onde caminhões e helicópteros não conseguem chegar.
Outra preocupação é sobre como realizar pesquisas no sul e no leste do país, onde forças dos Estados Unidos e do Reino Unido, que lutam contra o grupo radical islâmico Taleban, sofreram neste mês o maior número de baixas desde o início da guerra, em 2001.
Com 7.000 locais de votação planejados para todo o território, as forças de segurança ainda não confirmaram se a votação pode se realizar em cerca de 700 delas, disse o porta-voz da Comissão Eleitoral Independente, Noor Mohammad Noor.
Oficiais do Ocidente dizem que a legitimidade da eleição --a terceira realizada em âmbito nacional desde que o Taleban foi tirado do poder, há nove anos-- depende da habilidade de realizá-la em tantas áreas do sul e do leste do país quanto possível.
A maioria dos centros de votação problemáticos estão nas regiões étnicas de Pashtun, onde a insurgência atua de forma mais intensa.