O Partido Verde da Itália publicou nesta terça-feira os nomes de potenciais locais para a construção de usinas nucleares que a Enel teria identificado -- informação que pode provocar uma forte resistência local aos planos sobre a retomada nuclear no país europeu.
A Itália, que abandonou a energia nuclear depois de um referendo em 1987, pretende reintroduzi-la para reduzir as despesas com energia, diversificar a mistura de combustível e reduzir as emissões de carbono.
O governo de centro-direita de Silvio Berlusconi disse que quer gerar cerca de 25 por cento de sua energia de fontes nucleares, mas que ainda precisa identificar os locais para as usinas.
A opinião pública vem se mostrando hostil à energia nuclear e como as autoridades locais têm a palavra sobre a aprovação de projetos industriais, o temor é de que os planos possam ser obstruídos assim que os locais sejam identificados
No domingo, jornais citaram o executivo-chefe da Enel, Fulvio Conti, dizendo que ele não iria identificar os locais "nem sob tortura", deixando qualquer anúncio para o governo
Angelo Bonelli, presidente do Partido Verde da Itália, que é antinuclear, disse nesta terça-feira que a Enel tinha entregado uma lista de supostos locais de energia nuclear para o Ministério da Indústria.
"Por fontes do Ministério da Indústria, vimos a lista e agora o arquivo está nas mãos do ministro (Claudio) Scajola", disse Bonelli à Reuters.
A Enel negou a declaração.
"Nenhuma lista foi entregue ao governo", disse um porta-voz da empresa à Reuters.
Segundo o Partido Verde, os locais da lista incluem Montalto di Castro, Borgo Sabotino, Garigliano, Trino Vercellese, Caorso, Oristano, Palma e Monfalcone.
O Ministério da Indústria não comentou a notícia até o momento.
A Itália, o único membro do G8 sem energia nuclear, quer reconstruir o setor e produzir 25 por cento da energia que consome de usinas nucleares.
A Enel e a francesa EDF têm planos de construir quatro usinas nucleares na Itália